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Cidades/Geral
Quinta - 08 de Março de 2007 às 09:42

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As duas pessoas presas em Mato Grosso durante a operação Metamorfose, que descobriu fraudes no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), serão ouvidas hoje na Delegacia especializada em crimes fazendários, em Cuiabá. O depoimento está marcado para as 14h.

O ex-diretor de Veículos do Detran, Dakari Tessman, preso em Guarantã do Norte, e o despachante Mário Roger Mancuso, detido em Matupá, chegaram ontem à capital e foram levados para um anexo do presídio Pascoal Ramos.

Em Goiás, o terceiro preso, o empresário Noésio da Costa, já prestou depoimento. Se houver contradição a delegada Luzia de Fátima Machado poderá pedir uma acareação. Por enquanto Noésio permanecerá em Goiás.

Prisões

A delegada explica que as prisões foram necessárias neste momento das investigações para que a polícia possa descobrir outros possíveis integrantes do esquema. As informações levantadas pela Delegacia Fazendária apontam que os valores obtidos com as fraudes somam R$ 907.684,00. Os prejuízos financeiros atingem principalmente bancos e financeiras, e não é proveniente dos cofres públicos. A prisão temporária de cinco dias pode ser prorrogada por mais cinco.

O esquema

O golpe, segundo investigações da polícia, consistia em comprar pequenas carretas, de um eixo, com capacidade de carga entre 200 kg a 350 kg, conhecidas como "carretinhas para transporte de barcos". Essas carretas, da marca Rondon, eram adquiridas de uma empresa de Goiás. Com o auxílio do despachante e o aval do ex-diretor do Detran, o documento desses pequenos veículos era fraudado no sistema do Detran, de forma com que eles se tornassem, pelo menos nos documentos, carretas de grande porte, ou seja, veículos tipo reboque, de três eixos.

Depois disso, os papéis eram repassados para outras pessoas, que solicitavam financiamentos em agências bancárias. A documentação falsa fazia com que os bancos concedessem grandes quantias para os investigados, tendo como garantia os veículos, que na verdade não existiam. Com o não pagamento do financiamento, o prejuízo seria apenas das instituições bancárias.

Dos mais de 100 documentos checados no sistema do Detran, 14 deles apresentavam a mesma forma de adulteração. Segundo o corregedor do Detran, Juliano Muniz Calçada, a fraude começou a ser investigada a partir de uma denuncia anônima, feita no ano passado, entre os meses de junho e julho. "Nos dois meses seguintes algumas providências foram tomadas e iniciou-se a checagem nos sistemas do Detran", explicou ele. Uma perícia técnica indicou a pessoa dentro do Detran responsável pelas adulterações no sistema, que eram feitas – até onde se sabe -, em horários normais de expediente.

Mais prisões

A polícia não descarta a existência de mais membros do bando em outros estados e até mesmo em Mato Grosso e acredita também que a semelhança do nome das carretas, marca Rondon, com as carretas de três eixos da marca Randon, tenha facilitado a fraude.

As três pessoas que foram presas – duas em Mato Grosso e uma em Goiás – e mais um, Alessando de Souza Rodrigues, que continua sendo procurado em Goiás, são acusadas de formação de quadrilha (artigo 288 do Código Penal, que prevê reclusão de 01 a 03 anos), e também de inserção de dados falsos em sistema de informação (artigo 313-A do Código Penal, com pena prevista de reclusão de 02 a 12 anos, e multa).





Fonte: RMT-Online

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