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Cidades/Geral
Quinta - 08 de Março de 2007 às 08:48

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No Dia Internacional da Mulher, a organização com sede em Genebra, na Suíça, chamou atenção para a grande desigualdade entre gêneros que ainda persiste nas oportunidades de trabalho, e alertou para o que chamou de "feminização da pobreza".

"Apesar de algum progresso, mulheres demais ainda estão presas em empregos que pagam pouco, freqüentemente na economia informal, com insuficiente proteção legal, pouca ou nenhuma proteção social e com um alto grau de insegurança", disse o diretor-geral da OIT, Juan Somavia.

Como resultado, afirmou a OIT, as mulheres constituem 60% da categoria de "trabalhadores pobres", os que, mesmo empregados, continuam ganhando menos de US$ 1 por dia.

A taxa de desemprego registrada entre as mulheres continuou maior que a dos homens em 2006: 6,6%, contra 6,1%.

Alem disso, cerca de metade das mulheres em idade ativa (acima de 15 anos) estão desempregadas, enquanto mais de 70% dos homens têm empregos, estimou a entidade.

Em algumas regiões do mundo, essa disparidade é ainda mais acentuada. No Oriente Médio e Norte da África, por exemplo, apenas duas em cada dez mulheres trabalham, comparada com uma taxa de sete a cada dez homens.

Sem reconhecimento

O relatório mostrou que a marginalização da mulher no mercado de trabalho começa na qualificação: de cada dez alunos que abandonam a escola, seis são mulheres, estimou a OIT.

"Impedir que garotas terminem mesmo o ciclo de educação básica diminui suas chances de determinar o seu próprio futuro", diz o documento.

Especialmente em regiões mais pobres, a presença de mulheres no mercado de trabalho continua restrita principalmente a atividades não remuneradas, como no caso de mulheres que trabalham na agricultura ou em negócios familiares.

Este é o caso de 60% de trabalhadoras no sul da Ásia e de 40% de trabalhadoras na África subsaariana, indicou o relatório.

Por outro lado, cerca de 90% das mulheres nos países desenvolvidos são assalariadas. Na América Latina, este porcentual é de 67%.

"A transição de trabalhadora familiar não-remunerada, ou de trabalhadora mal-remunerada por conta própria, para assalariada é um grande passo para a liberdade e a auto-determinação de muitas mulheres", disse a OIT.

Avanços

Mulheres no mercado de trabalho 1996/2006

Força de trabalho (milhões) – 1.052,0/1.238,9

Empregadas (milhões) – 985,4/1.157,1

Desempregadas (milhões) – 66,7/81,8

Taxa de desemprego – 6,3%/6,6%

Fonte: OIT

Ainda assim, o relatório Tendências Globais de Emprego para Mulheres vê alguns avanços na condição das trabalhadoras no mundo.

Segundo a OIT, em números absolutos, nunca houve tantas mulheres com um emprego.

Em 2006, elas correspondiam a cerca de 1,2 bilhão dos aproximadamente 2,9 bilhões de trabalhadores empregados no mundo - em 1996, elas somavam cerca de 985 milhões.

Porém, a OIT diz que, nos últimos dez anos, a porcentagem de participação das mulheres na força de trabalho mundial (a parcela de mulheres economicamente ativas que trabalham ou estão procurando emprego) caiu de 53% para 52,4%.

A América Latina foi a região em que a porcentagem de participação das mulheres no mercado de trabalho teve um dos maiores aumentos nos últimos dez anos, subindo de cerca de 46% para cerca de 52%.

Em compensação, disse a entidade, 10,4% das mulheres economicamente ativas na região estão desempregadas. O mesmo problema afeta 6,4 % dos homens na média desses países.





Fonte: BBC Brasil

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