Mesmo sem se reunirem, Japão e Coréia trocam acusações
Um membro da chancelaria japonesa afirmou que o encontro marcado para a tarde de quarta-feira, 7, em Hanói não tinha acontecido porque os norte-coreanos "reagiram furiosamente", na sessão matinal, em uma discussão delicada sobre os japoneses seqüestrados por agentes norte-coreanos nos anos 70 e 80.
O clima de turbulência contrastava com o clima no encontro de segunda-feira, em Nova York, entre representantes dos EUA e uma delegação norte-coreana, encontro esse descrito por uma autoridade do país ocidental como "muito bom."
Os encontros acontecem em meio à implantação de um acordo assinado por seis países (as duas Coréias, os EUA, o Japão, a China e a Rússia), pelo qual o governo norte-coreano compromete-se a dar início ao desmantelamento de seu programa de armas nucleares em troca do recebimento de ajuda e de reconhecimento diplomático. Diplomatas dos dois países asiáticos reuniram-se na manhã de quarta-feira na Embaixada do Japão na cidade, capital do Vietnã.
"Na sessão matinal, apresentamos detalhadamente nossas opiniões fundamentais sobre a questão do seqüestro", afirmou o diplomata japonês. "E a sessão vespertina não aconteceu porque o lado norte-coreano reagiu furiosamente."
A agenda dos encontros prevê para quinta-feira a realização de negociações sobre a retomada das relações diplomáticas, algo que o governo japonês diz ser impossível sem a prévia solução da questão dos seqüestros.
O Japão deseja obter mais informações da Coréia do Norte sobre as vítimas japonesas e deseja a libertação de quaisquer reféns ainda vivos.
Um jornal publicado em Tóquio por norte-coreanos afirmou que as negociações tinham sido suspensas por causa da "postura imprudente e dura" adotada pelos japoneses.
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