Visita de Bush ao Brasil fortalece etanol como substituto do petróleo, diz diretor da Fiesp
O diretor da entidade, que reúne os mais influentes empresários do Brasil, disse que não deverá se formar uma espécie de "Opep do etanol", citando o exemplo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo. "A produção de etanol ainda é relativamente pequena, por isso não seria possível exportar o produto em larga escala, como acontece atualmente com os países produtores de petróleo", comparou.
No ano passado, o Brasil exportou apenas 10% da produção total de álcool, cerca de 1,7 bilhão de litros, segundo a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), entidade representativa dos empresários do setor. Atualmente, o Brasil produz 17 bilhões de litros de álcool por ano, com uma área plantada de três milhões de hectares de cana-de-açúcar.
Coelho considerou que será "muito positivo" um acordo entre os dois maiores produtores de etanol, responsáveis por 75% da produção mundial. "O Brasil poderá se transformar no principal agente mundial de consolidação do etanol e assumir liderança no futuro processo de substituição do petróleo", afirmou o executivo.
Roberto Rodrigues, que ocupou o cargo de ministro da Agricultura durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destaca que a parceria entre os dois países vai abrir um novo mercado para o Brasil. "Essa aproximação com os EUA permitirá ao Brasil exportar não apenas o etanol, mas sobretudo a tecnologia, a capacidade técnica envolvida no processo de produção", disse, ao classificar de "histórica" a visita de Bush ao Brasil.
Rodrigues também é membro do Conselho de Agricultura da Fiesp. Ele destacou que, nos próximos seis anos, o Brasil deverá construir, em média, uma fábrica de álcool por mês, o que representará investimentos de US$ 14,6 bilhões (cerca de R$ 30 bilhões).
O Brasil tem atualmente 336 fábricas de álcool e de açúcar, número que deverá chegar a 409 até o final de 2013, com produção anual de 130 bilhões de litros e mais de um milhão de empregos.
O biocombustível é usado em cerca de 40 países, mas ainda está longe de conquistar a Europa, que planeja uma presença de apenas 10% de etanol nos combustíveis até 2020.
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