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Economia
Quarta - 07 de Março de 2007 às 16:20
Por: Adriana Chiarini

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A nota enviada anteriormente contém um erro. O pico de crescimento do PIB nos próximos quatro anos é em 2010, de 4,8%, não em 2008. Para o ano que vem, o cenário do Ipea é de aumento de 4,0%. Veja a íntegra da nota corrigida:

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão do Ministério do Planejamento, não prevê crescimento do PIB de 5% ao ano antes da próxima década. O cenário traçado pelo Ipea para os próximos quatro anos é de uma expansão média anual do PIB de 4,2%, com o pico de 4,8% em 2010. "É um cenário que fica aquém do cenário do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mas que é de melhora progressiva", afirmou o coordenador do Grupo de Acompanhamento Conjuntural do Ipea, Fábio Giambiagi.

Ele destacou que, se o crescimento suposto pelo Ipea para a economia brasileira nos próximos quatro anos se verificar, ao final da década o Brasil estará em condições muito favoráveis: com dívida pública em torno de 40% do PIB, com dívida externa total - não só do governo - menor que o nível das reservas internacionais, com taxa de investimento (formação bruta de capital fixo) da ordem de 24% do PIB, inflação estável e juros reais se aproximando de 6% ao ano ou já nesse patamar. "Se isso acontecer, o cenário para a próxima década será espetacular", disse.

"É perfeitamente razoável ter, já em 2009, uma dívida externa bruta de US$ 140 bilhões a US$ 160 bilhões e reservas também nesse patamar", afirmou."Quando tivermos isso, teremos um País que até o governo não consegue vislumbrar porque será um país completamente diferente do que foi no passado", concluiu.

Em relação à questão fiscal, Giambiagi observou que, em que pese não se ter uma grande reforma em vista, há possibilidades de melhorar. Ele destacou a proposta de limitar o crescimento da despesa do governo com pessoal a 1,5% ao ano. "Acho que esta regra de despesas de pessoal pode ser um ponto de inflexão, como o aconteceu com a Lei de Responsabilidade Fiscal", disse, lembrando que a lei era vista com ceticismo quando foi publicada, mas depois tornou-se um marco.

Ele afirmou também que o crescimento dos investimentos a uma taxa de 8% ao ano este ano previsto pelo Ipea considera efeitos do PAC, da redução de juros e de dados como o de aumento de 10,6% na taxa de investimento em janeiro ante janeiro do ano passado e o aumento de 18% na indústria de bens de capital na mesma comparação, de acordo com a pesquisa industrial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada ontem. "O setor de bens de capital está bombando", disse o economista.

Giambiagi observou ainda que as previsões do Ipea no boletim de conjuntura divulgado hoje não consideram a mudança de metodologia no PIB e nem as recentes turbulências no mercado financeiro internacional. Para este ano, a previsão para o aumento do PIB é de alta de 3,7%, mas o Ipea não descarta aumentar essa projeção "para um número mais próximo de 4%" após a divulgação, no fim deste mês, dos dados do PIB dos anos passados com a nova metodologia.

Giambiagi repetiu declarações que já tinha feito na segunda-feira, em seminário na Firjan, no sentido de que ainda é cedo para considerar a volatilidade dos últimos dias nas previsões para o ano. "O que houve foi um episódio de supervalorização das bolsas. Esses movimentos geram um baque. Por outro lado, o baque ajuda as pessoas a botar o pé no chão", disse, lembrando a máxima de que se o ascensorista diz que está aplicando na bolsa, talvez seja a hora de vender ações.

De acordo com ele, a China está bem. "Ninguém diria que há megadesafios maiúsculos em um país com 1,5 bilhão de pessoas e que cresce 10% ao ano", afirmou. Também avalia que um cenário de realista para ruim para os Estados Unidos seria a diminuição de crescimento do PIB de 3,5% para 2,5%. "Isso ajudaria a reequilibrar o mundo", disse Giambiagi em relação a uma desaceleração na maior economia do globo. "Japão e União Européia estão crescendo um pouco mais e isso vai evitar o desequilíbrio entre as moedas", disse. Para ele, UE e Ásia crescendo e desaceleração nos Estados Unidos não constituem "um cataclisma na economia mundial".





Fonte: AE

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