Relatório dos EUA critica caso do dossiê
Segundo o documento, envolvidos no episódio tinham "relações estreitas" com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O relatório foi divulgado ontem pela secretária Condoleezza Rice, em entrevista coletiva em Washington.
"O comportamento ético de figuras públicas continuou a ser um tema importante durante o ano. (...) Experientes membros da campanha à reeleição do presidente [Lula] com relações estreitas com o presidente renunciaram ou foram demitidos em meados de setembro por causa do envolvimento deles em uma tentativa de compra e disseminação de um dossiê com informações pretensamente danosas sobre um oponente político", diz o relatório sobre o Brasil no capítulo destinado à "Corrupção governamental e transparência".
O texto aponta as conseqüências do episódio. "Uma comissão parlamentar e o Tribunal Superior Eleitoral abriram investigações que continuaram até o final do ano. O presidente Lula falou publicamente contra a corrupção no governo."
O texto também lembra que "a Polícia Federal indiciou um ex-ministro da Saúde sob acusações de corrupção", referindo-se a Humberto Costa, indiciado por suposto envolvimento com a máfia dos vampiros.
Comissão de Ética
O capítulo traz outra crítica indireta a Lula, ao descrever problema na Comissão de Ética Pública, que é vinculada à Presidência. "A lei garante acesso público a informações governamentais não-confidenciais acerca da aplicação da Comissão de Ética Pública. Entretanto, o processo burocrático freqüentemente dificulta a liberação dessas informações", afirma o relatório.
A parte sobre o Brasil relata atrocidades das polícias nos Estados, atentados da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), tráfico de prostitutas para a Europa, crimes rurais e prostituição infantil, entre outras mazelas. A íntegra do relatório pode ser lida em www.state.gov/g/drl/rls/hrrpt/2006/78882.htm.
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