MTV reforça ação na web para reconquistar jovens
A rede, que já tem 150 sites operando em 162 países, planeja criar literalmente milhares de outros, na expectativa de atrair espectadores permitindo que assistam, contribuam e até reeditem seus programas de TV. "As pessoas tendem a encontrar conteúdo na Internet por milhares de portas, e não uma só", disse Mika Salmi, novo presidente da divisão digital da MTV Networks, subsidiária da Viacom.
"De certas maneiras, estamos em posição melhor do que a maioria das empresas de mídia, ocupamos o lugar que elas desejam", disse.
O canal MTV no passado era sinônimo de cultura jovem, mas redes sociais de grande popularidade, como o MySpace, da News Corp., e o site de vídeo online YouTube, do Google, atraíram número considerável de seus espectadores.
A nova estratégia da MTV Networks é parte de um esforço da Viacom para atingir uma audiência mais ampla, que passa tanto tempo na Internet e jogando videogames quanto dedica à televisão, e não quer mais se incomodar com quando e onde um programa será exibido.
O objetivo é construir sites relacionados a cada personalidade e aspecto de seus programas, esperando atrair espectadores quer pela Internet, quer pelo celular, disse Salmi em entrevista.
O grupo criou três mundos virtuais (Laguna Beach, para adolescentes; Nicktropolis, para crianças; e Virtual Hills, para adultos) e diz que os novos sites podem ajudá-la a promover programas e personalidades específicos de maneira mais ampla. A decisão acarreta grande risco para a Viacom, porque pode gerar confusão e diluir as marcas do grupo, especialmente porque a estratégia de Web da companhia sempre foi difícil de discernir.
Salmi disse que os espectadores terão grau incomum de controle sobre o conteúdo, em comparação às demais empresas de mídia. Um exemplo da abordagem que o grupo pretende adotar é dado pela Lucasfilm, cujas normas frouxas de proteção de conteúdo permitem que fãs editem vídeos de "Guerra nas Estrelas" e os divulguem, uma prática que ajudou a sustentar a popularidade da série por anos.
Nos próximos meses, Salmi disse que a companhia planeja abrir mais seus arquivos, permitindo que internautas publiquem vídeos em seus próprios sites e também reeditem alguns deles.
"Os consumidores querem controle", disse o analista Richard Greenfield, da Pali Capital. "Lutar contra essa tendência não é uma estratégia vencedora... Eles estão indo na direção certa agora."
Em fevereiro, entretanto, a Viacom pareceu ir na direção contrária quando pediu ao YouTube para retirar do site mais de 100 mil vídeos de seus programas que foram enviados por usuários sem permissão.
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