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Bandidos tentam aplicar golpe do "falso sequestro" em famoso advogado de Cuiabá
“Estamos com a tua filha sequestrada aqui em São Paulo. Tu vai pagar caro para gente liberar ela”, começaram a falar os bandidos. Logo entra em cena uma voz feminina e começa a chorar. “Eles me pegaram pai. Paga eles se não eles vão me matar”, diz a falsa filha do advogado, que na realidade é uma mulher que acompanha a ligação através de uma central telefônica de foro do presídio.
Mesmo assustado porque a filha estava mesmo em São Paulo, o advogado perdeu um pouco o controle ao ouvir a suposta voz da filha, mas logo se recuperou e lembrou que esse tipo de golpe estava acontecendo em todo o País. “Quase ele tem um colapso e por pouco não morreu”, comentou a mulher do advogado.
Quando lembrou que era um falso seqüestro o advogado conta que soltou a língua. “Tu estás preso e eu estou com a tua mulher aqui. Vai pro inferno seu filho da p.....”, desabafou o advogado gritando ao telefone.
FIQUE ESPERTO
A história do falso seqüestro é sempre a mesma e começa assim:
- Boa noite, senhora, aqui é o tenente – o bandido dá um nome qualquer – Batista, da Polícia Militar. É que ocorreu um acidente com alguém da sua família.
A pessoa que passou esse número de telefone acabou desmaiando após o acidente. A senhora tem esposo ou filho na cidade? Qual é o nome da pessoa? Estou pedindo ajuda, senhora, porque a pessoa está inconsciente.
- É Lídia.
- Lídia? É ela mesmo.
Ela está viva?
Ela tá viva. Na verdade, não foi um acidente, ela tá com a gente, ela foi sequestrada. Se a senhora tentar chamar o seu marido, ou desligar o telefone, a gente vai tocar fogo na sua filha.
É isso que a senhora quer?
- Não, por favor!
A conversa é sempre a mesma e após se identificar como seqüestrador o bandido faz o pedido de resgate. A Polícia acredita que apesar dos alertas, o pagamento do resgate, que vão de R$ 5 mil a R$ 100 mil, ainda está sendo realizado em pelo menos 20% dos falsos seqüestros.
Somente no eixo Rio, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Ceará e Bahia, segundo cálculos preliminares da Polícia, mais de 10 mil pessoas já foram contatadas por telefone de dentro para fora das penitenciárias, apenas nos últimos 12 meses.
A Polícia também acredita que os números reais podem ultrapassar os 50 mil, principalmente porque agora praticamente todas as capitais brasileiras e cidades do interior de cada estado estão sendo incluídas no que a Polícia classifica como “Disque-Sequestro”.
Os casos não notificados. Ou seja, aquelas vítimas como o advogado de Cuiabá que não registrou queixa-crime na Polícia, podem ser, segundo a Polícia, pelo menos cinco vezes superior ao número total de ocorrências registradas.
O GOLPE
O hoje “Disque-Sequestro” começou com o “Disque-Prêmio” a cerca de cinco anos dentro da Penitenciária Carlos Tinoco da Fonseca, na cidade de Campos, no Rio de Janeiro. Usando celulares, os presos ligavam para as pessoas e encenavam uma peça de teatro com se fossem funcionários de determinada emissora de televisão.
“A senhora prefere a cor, azul, cinza ou prata?”, anunciava uma voz feminina para dentro de uma residência. A pessoa que recebia a ligação perguntava o que estava acontecendo e a voz completava: “A senhora foi sorteada. A senhora ganhou um carro, um Gol zerinho”.
A mesma voz completava: “Aqui é da equipe de produção da TV - a voz anunciava um grande canal de televisão nacional -, a senhora ganhou o Gol, mas para levá-lo terá que juntar agora, seis rótulos de produtos Nestlé, comprar seis cartões de telefone celular de 20 reais e passar os números por telefone, sem desligá-lo, é claro”. No início milhares de pessoas em todo o País caíram no golpe.
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