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Internacional
Terça - 06 de Março de 2007 às 21:38

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Em informe anual, o Departamento de Estado americano reconheceu pela primeira vez que os Estados Unidos cometem falhas em matéria de Direitos Humanos, especialmente no que diz respeito à guerra contra o terrorismo, lançada depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. O documento foi divulgado nesta terça-feira.

"Não publicamos esses informes porque nos consideramos perfeitos, mas sim porque temos a consciência de sermos profundamente imperfeitos", declarou a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, ao apresentar o relatório.

"Nosso sistema democrático não é infalível, e por isso mesmo devemos prestar contas à sociedade", acrescentou Rice.

A secretária de Estado não especificou quais seriam as falhas de seu país, mas seu assessor para assuntos de Direitos Humanos, Barry Lowerkron, fez clara alusão às críticas recebidas pela administração Bush em sua "guerra contra o terrorismo", principalmente em relação aos prisioneiros mantidos na base americana de Guantánamo, em Cuba.

"Reconhecemos que este informe está sendo publicado num momento em que nosso próprio equilíbrio e as medidas que tomamos para responder aos atentados terroristas têm sido questionados", declarou Lowenkron.

"Continuaremos respondendo às preocupações de todos, sobretudo através dos informes que apresentamos para atender a nossas diversas obrigações com tratados internacionais", acrescentou.

Os Estados Unidos foram amplamente criticados por órgãos como o Conselho de Direitos Humanos da ONU por causa do tratamento dado aos prisioneros do campo de Guantánamo, onde estão detidos sem processo ou acusações centenas de suspeitos de terrorismo capturados depois da invasão americana ao Afeganistão em 2001.

Também foram citados os seqüestros de militantes islâmicos suspeitos de terrorismo, entregues a outros países nos quais correm risco de serem torturados, assim como a existência de prisões secretas da CIA em países aliados para manter e torturar esses presos.

"Nos comprometemos a melhorar", concluiu Lowenkron.

"As leis e as políticas americanas, assim como a regulamentação referente a detenção, tratamento e apresentação dos prisionerios suspeitos de cometer atos de terrorismo perante a justiça evoluíram consideravelmente nos últimos cinco anos", afirmou.

O informe anual sobre Direitos Humanos do departamento de Estado enumera uma "lista negra" de oito países nos quais o poder se manteve "concentrado em mãos de dirigentes que não prestam conta alguma" em 2006: Coréia do Norte, Birmânia, Irã, Zimbábue, Cuba, China, Belarus e Eritréia.





Fonte: AFP

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