Tarso nega interferência do governo na disputa pela presidência do PMDB
O ministro considerou uma "conclusão equivocada" de Jobim acusar o governo de ter interferido na disputa ao antecipar as discussões no PMDB sobre a reforma ministerial. "É uma conclusão equivocada. O governo não tem preferência por nenhum dos dois candidatos. O presidente é que tem simpatia pelo Jobim", afirmou.
Ontem, Lula convidou o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) para o Ministério da Integração Nacional. A indicação foi avalizada por Temer, o que irritou o grupo de Jobim que trabalhava pelo adiamento dessa decisão para depois da eleição pelo comando do partido.
O ministro negou que tenha discutido ontem com Jobim. O ex-ministro teria procurado Tarso após Geddel deixar o Palácio como futuro ministro. "Nunca tive diálogo ríspido com o Jobim. Trabalhamos juntos durante todo esse tempo", afirmou. Nos bastidores, aliados de Jobim revelaram que os dois bateram boca ontem à noite.
Segundo Tarso, a divisão do PMDB não interessa ao governo. "O presidente Lula deseja o PMDB unido e todo ele participando do governo", salientou. Deputados também tentaram colocar panos quentes na disputa interna do partido. "Jobim tem estatura para ocupar qualquer espaço no PMDB, mas é fundamental costurar a unidade do partido e dar sustentação firme para o governo", disse Geddel.
Vaga
Com a desistência de Jobim de participar da disputa, Temer será eleito presidente do partido como candidato único. Em contrapartida, o PMDB da Câmara terá apenas um ministério no governo e não dois como pleiteava.
Embora o Planalto negue oficialmente a ajuda à candidatura de Temer, o fato é que a desistência de Jobim será usada como argumento para Lula não ter que ceder as investidas da bancada do partido na Câmara. Ou seja, os deputados do PMDB ficaram com a presidência do partido e um ministério --o da Integração Nacional.
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