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Nacional
Terça - 06 de Março de 2007 às 10:36

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Ou Turismo ou nada. Esse seria o cenário desenhado para a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) na reforma ministerial planejada pelo governo. O presidente Lula, segundo interlocutores, teria descartado a hipótese de tirar o PP de Cidades para dar a vaga à petista, e se recusa a tirar Fernando Haddad da Educação para abrigar Marta. Diante do quadro, aliados da ex-prefeita avaliam que ela deve abrir mão da indicação, tornando-se o nome mais forte do partido para disputar a Prefeitura em 2008.

Sem Cidades e Educação, restaria a Marta apenas Turismo, já que o atual titular, Walfrido Mares Guia (PTB), é cotado para Relações Institucionais, de onde Tarso Genro (PT) deve sair, rumo à Justiça. "Seria um desprestígio monumental ela aceitar Turismo depois de tudo. Ia parecer que ela quer ser ministra a qualquer custo", avalia um integrante do grupo de Marta. Segundo ele, a pasta não tem o mesmo prestígio de Cidades, Educação ou Desenvolvimento, que este ano terão visibilidade por conta do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Sempre que há contingenciamento, Turismo é um dos primeiros alvos".

Lula chamou ontem à noite o presidente do PT, Ricardo Berzoini, para tratar das indicações do partido ao ministério - e a situação de Marta. Berzoini saiu sem falar com a imprensa. O presidente, segundo petistas, quer que o líder do partido convide Marta para Turismo, para que, em caso de negativa, ela ocorra ao convite do PT, não do próprio Lula. A interlocutores, o presidente diz saber que a ex-prefeita ajudou no 2º turno da eleição em São Paulo, mas avalia que levá-la ao ministério cria problemas com aliados.

Líderes do PP fizeram circular no Congresso ontem informação de que o presidente teria assegurado a permanência do ministro Márcio Fortes, indicação do partido, em Cidades. Nos últimos dias, o governo subiu a oferta para pepistas abrirem mão da pasta - além de Agricultura, cederia a Infraero e estatais -, sem sucesso. Enquanto isso, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), ex-secretário de Marta, dizia ao site Congresso em Foco que ela deveria ir para o ministério. "Eu acredito que ela venha (para o governo) para ser ministra das Cidades".

Dificuldade para Kassab

Se Marta ficar de fora do ministério, altera o tabuleiro da sucessão municipal, que começa a ser montado. Se decidir concorrer à Prefeitura, deixa o PSDB - em especial os aliados do governador José Serra - em uma situação delicada: como defender apoio tucano à reeleição de Gilberto Kassab (PFL) com um adversário forte no páreo? Nessa linha, cresceriam as chances de o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) ser chamado a concorrer.

A indefinição sobre Marta é um dos obstáculos ao anúncio da reforma ministerial. Após a eleição, as mudanças na equipe foram prometidas por Lula para o final de 2006. Depois, para logo após a eleição da Mesa no Congresso, em 1º de fevereiro. Com novo adiamento, a data foi jogada para depois do carnaval. Agora, o limite previsto é 11 de março, após a eleição da nova presidência nacional do aliado PMDB.

Para onde já foi cotada a petista

Cidades - Pasta preferida por Marta e aliados, daria a ela contato com prefeitos, fortalecendo eventual candidatura ao Planalto em 2010. Mas o PP não quer deixar o ministério.

Educação - Para aliados, pelos projetos que implantou como prefeita, como os CEUs, Marta poderia ter visibilidade na pasta. Lula, porém, não quer tirar Fernando Haddad do posto.

Saúde - Especulação inicial, não vingou.

Turismo - Última opção para Marta, que tende a recusar.





Fonte: AE

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