Bebês abaixo do peso são propensos à depressão, diz estudo
O estudo, publicado em Archives of General Psychiatry, examinou dados de mais de 1,4 mil crianças de nove a 16 anos.
Segundo os pesquisadores, são necessários mais estudos para identificar as possíveis razões para a ligação entre peso ao nascer e depressão na adolescência.
Potencial
O potencial para depressão pode estar dormente em bebês pequenos, antes de emergir mais tarde, sob condições estressantes.
O estudo da Universidade de Duke descobriu que 5,7% das meninas nasceram com peso inferior a 2,5 quilos e, dentre elas, 38% passaram por depressão pelo menos uma vez entre os 13 e os 16 anos de idade.
Entre as meninas nascidas com peso considerado normal, 8,4% tiveram problemas de depressão. Em média, 23,5% das adolescentes com peso baixo ao nascer tiveram depressão anualmente, em comparação a 3,4% das nascidas com peso normal. Independentemente do peso ao nascer, mais de 4,9% dos meninos tiveram depressão.
Possíveis razões
A teoria preferida pelos pesquisadores sobre a ligação com depressão é o que mudanças em um feto para compensar por um ambiente difícil no útero podem, de certa forma, deixá-lo mal preparado para as condições que vai encontrar mais tarde na vida.
Também é possível que peso baixo no nascimento indique condições de vida difíceis como pobreza, que pode fazer com que a criança seja mais propensa a depressão.
Por outro lado, uma mãe deprimida pode ter maior probabilidade de ter um filho com tendência a depressão - e de ter um filho abaixo do peso normal ao nascer, porque ela tem maior probabilidade de fumar e consumir bebidas alcoólicas durante a gestação.
Mas o estudo mais recente não encontrou evidências que dêem sustentação a estas duas hipóteses.
"Por enquanto, os resultados sugerem que pediatras e pais de meninas que têm baixo peso ao nascer deveriam atentar para a sua saúde mental quando entram na puberdade", diz o artigo da Archives of General Psychiatry.
Maggie Blott, obstetra do Hospital do King's College em Londres, disse que há evidências de que bebês que sobrevivem a condições difíceis no útero tendem a se desenvolver nos primeiros meses de vida.
Mas ela disse que é muito mais difícil identificar qualquer efeito a longo prazo.
Pesquisas anteriores, contudo, ligaram baixo peso a um aumento do risco de Transtorno de Déficit de Atenção, assim como problemas físicos como doenças cardiovasculares e diabete.
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