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Saúde
Terça - 06 de Março de 2007 às 08:06

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou ontem que os laboratórios de medicamentos produzam pílulas anticoncepcionais genéricas - o que até então era proibido. A boa notícia para as mulheres é que isso deverá fazer com que os contraceptivos fiquem pelo menos 35% mais baratos nas farmácias. Contudo, por conta da concorrência acirrada neste segmento do mercado, os itens alternativos poderão ter preços até 80% menores do que os remédios de marca de referência.

A expectativa do mercado é que as novidades cheguem nas prateleiras em cerca de seis meses. De acordo com a Anvisa, a resolução do governo entrará em vigor daqui 90 dias, quando os laboratórios poderão dar entrada no processo de registro dos novos genéricos, que leva cerca de dois meses para sair.

Recentemente, a consultoria IMS Health realizou uma pesquisa e constatou que as brasileiras gastam R$ 350,52 com anticoncepcionais por ano. 'A lei determina que os genéricos devem custar pelo menos 35% mais baratos, mas, na prática, saem 45% mais em conta', calculou o vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), Odnir Finotti. 'Mas a concorrência pode fazer com que os preços fiquem ainda mais baixos.'

A Pró Genéricos estima que pelo menos 30 milhões de brasileiras adotam anticoncepcionais. Pelos dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), a pílula é o segundo método contraceptivo mais usado por mulheres entre 15 e 49 anos, com 20,7% da preferência. As pílulas perdem apenas para a esterilização, que ocupa o primeiro lugar com 40,1%.

A Pró Genéricos acredita que estes números sofrerão mudanças no segundo semestre, pois, com a fabricação dos genéricos, mais mulheres poderão ter acesso às pílulas, por conta dos preços acessíveis. A pílula Diane, que hoje custa R$ 11,55 na Farmalife, poderá cair para pelo menos R$ 7,51, na versão alternativa.

A autorização, segundo a Anvisa, já vinha sendo solicitada pelos laboratórios há bastante tempo. A agência informou que só não liberou a fabricação dos genéricos antes pois não havia tecnologia suficiente para copiar os medicamentos com eficácia. Mesmo assim, os contraceptivos injetáveis alternativos já haviam sido autorizados.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), a maioria dos laboratórios já está preparada para iniciar a produção dos novos anticoncepcionais. 'Entre seis meses e um ano as pílulas genéricas já terão conquistado o mercado', afirmou Finotti.

Outros medicamentos

A mesma resolução da Anvisa, publicada ontem, também autorizou a produção hormônios endógenos genéricos (usados para terapias de reposição hormonal) e de imunossupressores (drogas usadas para evitar a rejeição em casos de transplante de órgãos). Juntas, essas três categorias de medicamentos registram 92,7 milhões de unidades vendidas todos os anos. 'Considerando apenas os anticoncepcionais, são vendidos anualmente cerca de 68 milhões de pílulas.'





Fonte: Estadão

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