Este jovem brasileiro individualista
Mas é no ponto do individualismo que a coisa pega.; Permito-me transcrever o texto:
“Outro item abordado foi como o jovem enfrenta o individualismo. A constatação inicial é que a maioria dos jovens (66%) não se considera individualista. No entanto, quando questionados sobre sua maior preocupação, o item mais citado é de cunho estritamente pessoal (45% estão preocupados basicamente com estudo e futuro profissional). 30% esboçam uma preocupação mais coletiva (a violência), embora esse resultado possa estar sendo influenciado pela questão da segurança individual.
Em casa, mais de 60% dos entrevistados preferem ficar sozinhos em seus cantos, em vez de dividir o espaço com pais e irmãos. 60% nunca participaram de trabalhos sociais ou comunitários, 77% nunca se envolveram com grêmios ou movimentos estudantis e quase 90% nunca protestaram na rua contra nada.
Além disso, 55% desses jovens não seriam solidários com seu grupo de amigos em caso de problemas na escola (como suspensão ou cola) para não se prejudicarem. Individualismo é uma das palavras mais usadas para classificar o jovem atualmente. Sem grandes participações sociais ou interesses políticos, as prioridades são basicamente as individuais e, mesmo em relação aos amigos, pode prevalecer o interesse próprio, analisa Bouer”.
“Honestidade e princípios? Até certo ponto... – Mais de 90% se consideram honestos. No entanto, 42% passariam por cima de princípios para chegar lá; 35% não devolveriam troco que recebessem a mais; 29% não devolveriam uma carteira achada na rua; 64%, mesmo afirmando não comprar, por princípio, ingressos de cambistas, negociariam com eles em caso de um show imperdível”.(...) “É bom lembrar também que, para quase 30% dos jovens, a honestidade é o item que mais influenciaria na escolha do seu candidato nas eleições”.
Por fim, a pesquisa conclui: “Com esses números, a gente percebe que a questão da violência social é uma das preocupações mais presentes na vida dos jovens. Parece haver também um desencanto com os políticos, apesar da crença de que seus votos, no futuro, poderão mudar o País. Há também otimismo em relação ao próprio futuro, o que revela, novamente, um possível interesse pessoal prevalecendo sobre o coletivo”, explica Bouer. Parece mesmo que a questão central está no individualismo. Aí, só o tempo vai corrigir.
Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM
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