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Economia
Terça - 06 de Março de 2007 às 02:22
Por: Débora Siqueira e Talita Ormon

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Produtores rurais do Médio-Norte e Norte de Mato Grosso pertencentes a 15 sindicatos rurais da região fizeram uma nova proposta de renegociação das dívidas de financiamento agrícola para investimento (compra de maquinários). Os agricultores querem prorrogar os débitos em 15 anos, com juros de 3% ao ano e carência de 36 meses para o primeiro pagamento. Em caso de adimplência, pedem desconto de 30% no valor da parcela. Outras reivindicações serão definidas e encaminhadas hoje aos demais credores do setor.

O embasamento dos agricultores é de que os contratos foram firmados com a taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) em 17%, e hoje é de 13%. "Não é justo. As indústrias de máquinas agrícolas reduziram os preços em até 40% e pagamos pelos preços antigos. Precisamos renegociar esses contratos", sustenta o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Nelson Piccoli.

Os produtores discutiram a renegociação das dívidas prorrogadas e refinanciadas com o Banco do Brasil de R$ 1,6 bilhão e o pagamento de R$ 800 milhões referente ao custeio agrícola e investimentos da safra 2006/2007.

O gerente de agronegócios do Banco do Brasil em Mato Grosso e Rondônia, Olímplio Vasconcelos, explica que a instituição financeira não entende que houve perda generalizada das últimas safras e por isso deve analisar os pedidos de prorrogação caso a caso. Os produtores que comprovarem dificuldade no pagamento das dívidas podem procurar as unidades do banco nos municípios para que seja feita a análise dos pedidos.

Segundo Vasconcelos, os agricultores apresentam dívidas de R$ 800 milhões a vencerem ainda este ano. Ao longo dos próximos 12 anos, a soma é de R$ 4 bilhões em financiamentos voltados ao setor rural, entre pequenos, médios e grandes produtores.

Vasconcelos explica que as reivindicações apontadas pelos representantes do setor, como ampliação de prazos, redução de juros e novos acertos são de incumbência do governo federal. "Só somos executores de medidas".

No caso dos produtores do Médio-Norte do Estado, Vasconcelos aponta que o banco reconhece a queda do preço da soja na região e, por isso, os agricultores devem procurar a instituição para estudo de caso. Os sojicultores são os maiores devedores.

Em reunião ontem com entidades do setor rural no Estado, o presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Rui Prado, pôde mensurar os problemas encontrados na safra deste ano pelo setor.

Neste sentido, as sugestões e encaminhamentos dos assuntos terão prosseguimento ainda hoje pela manhã às entidades endereçadas, buscando resolver junto aos credores problemas em relação às dívidas adquiridas desde as safras 2004/2005 e 2005/2006.




Fonte: A Gazeta

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