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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Domingo - 04 de Março de 2007 às 23:59

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Cerimônia na Igreja de São José homenageou os três franceses mortos. (Foto: G1)A emoção tomou conta das cerca de 500 pessoas que lotaram a Igreja de São José, na Lagoa, na Zona Sul, na missa celebrada em homenagem aos três franceses mortos na terça-feira (27), no escritório da ONG Terr´Ativa, em Copacabana, na Zona Sul, do Rio.

A cerimônia começou às 10h10 e terminou às 11h50m, foi celebrada pelo cônego Lúcio Veleda e teve a participação de representantes dos budistas e dos kardecistas.

Além do secretário de Educação, Nelson Maculan e do secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, estavam presentes o cônsul da França, Hugues Goisbault, o cônsul adjunto Cédric Pietro, amigos e jovens assistidos pelos projetos sociais da ONG Terr´Ativa.

Missa tem homilia e discursos aplaudidos Os pais de Christian, Joseph e Yvette Doupes, a mãe e o padrasto de Delphine Douyère, Danielle Delaunay e Francis Flaga, chegaram às 10h, numa van do consulado. Eles não quiseram dar entrevistas, mas subiram ao altar para ler uma mensagem de agradecimento. A mãe de Delphine, muito abalada, chorou durante boa parte da cerimônia.

A missa de quase duas horas teve muitos momentos de emoção. Na homilia, o padre Veleda chamou os franceses de mártires e santos. Ele conclamou os fiéis a trabalhar com a civilização que a humanidade exige e merece. "Amai-vos e ensinai-vos a todos os povos a evangelizar e educar pelo amor", disse o padre, sendo bastante aplaudido.

O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, subiu ao púlpito para se solidarizar com a família dos franceses. Ele também disse que as vítimas são mártires. Para Beltrame, os franceses reforçaram sua crença de que é preciso investir na inclusão social para diminuir o número de crimes e combater a violência."Em nome do governo do estado e da sociedade carioca, agradeço a atuação de seus filhos", disse Beltrame.

A presidente da ONG Terr´Ativa, Ana Carolina, e atuais coordenadores dos projetos de educação, cultura e esporte desenvolvidos pelos franceses também fizeram discursos comoventes. Eles lembraram o carinho e a dedicação que os três estrangeiros dedicaram aos jovens carentes do subúrbio do Rio.

Ao final do culto, o padrasto de Delphine Douyère, Francis Flaga, leu uma mensagem que foi traduzida em português. Ele disse estar comovido de ver os amigos brasileiros muito solidários e, ao mesmo tempo, tão chocados quanto ele, nesse momento difícil. E completou que não tinha palavras para agradecer o carinho que estava recebendo dos brasileiros, no país que Christian, Delphine e Jérôme escolheram para viver.

O cônsul adjunto, Cédric Pietro, afirmou que toda a cerimônia foi muito intensa e mostrou o quanto as vítimas eram queridas por franceses e brasileiros. Segundo ele, as famílias deverão permanecer pelo menos mais dez dias no Brasil, já que os corpos só deverão ser liberados para o translado entre quarta (7) e quinta-feira (8).

Filho de casal de franceses fica com a avó A Justiça concedeu a guarda do filho do casal de franceses para a avó materna da criança, que foi liberada para voltar à França. Os parentes de Christian Doupes, Delphine Douyère - os pais do menino - e de Jérôme Faure, ficaram mais de quatro horas na sede do Tribunal de Justiça neste sábado (3). Eles evitaram falar com jornalistas.

A polícia considera o caso esclarecido. Társio Ramirez, Luis Gonzaga de Oliveira e José Michel Cardoso vão ser indiciados por triplo homicídio qualificado. De acordo com a polícia, eles são acusados de ter armado uma emboscada e agir por meios cruéis, sem chances de defesa por parte das vítimas. Eles teriam cometido o crime para encobrir um desfalque nas contas da ONG.

O delegado Marcus de Castro, que investiga o caso, contou que Társio sonegava impostos da ONG e enganava Delphine. “Ele não pagava tributos. Botava dinheiro no bolso, provavelmente emitia notas pra apresentar a Delphine e ficava junto a ela, tranqüilo. Quanto ao contador, ele diz que não tem nenhuma documentação entregue a ele de tributos pagos”, explicou.

A polícia já começou a reunir extratos bancários para descobrir quanto teria sido desviado da ONG.





Fonte: G1

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