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Polícia Brasil
Domingo - 04 de Março de 2007 às 18:41

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A superlotação nas delegacias de Aracaju (SE) está livrando os bandidos da cadeia. Sem espaço para colocar mais presos nas celas, os delegados não estão emitindo os flagrantes naqueles crimes considerados de baixo potencial ofensivo, a exemplo de pequenos roubos. Por falta de vagas, os responsáveis por esse tipo de ação não ficam mais detidos e vão responder o processo em liberdade, facilitando a realização de novos crimes.

No último levantamento da Secretaria de Segurança Pública (SSP) havia 328 presos nas delegacias da capital sergipana, um número considerado três vezes maior que a capacidade. "Infelizmente não temos outra saída. Os policiais estão deixando de trabalhar nas investigações dos crimes para tomar conta dos bandidos. Não há onde colocar mais presos", adverte o coordenador das delegacias da capital, Joel Ferreira.

A grande população carcerária nas delegacias de Aracaju tem sua origem na crise do sistema penitenciário. No mês passado, a Casa de Detenção da capital, que abrigava mais de 700 detentos, foi desativada. Os últimos 280 internos foram transferidos para uma nova ala do Complexo Penitenciário Manoel Carvalho Neto, em São Cristóvão, que chegou a sua capacidade máxima. Também não há mais vagas nos outros três presídios do interior.

Com isso, muitas pessoas que já deveriam estar cumprindo pena em algum presídio continuam nas cadeias das delegacias, dividindo o espaço com os que chegam a cada dia.

O caos nas delegacias de Aracaju tem provocado outro problema - o aumento do número de fugas. Na mais recente, no final do mês passado, cinco presos escaparam da 6ª Delegacia Metropolitana, no conjunto Eduardo Gomes, em São Cristóvão, na Grande Aracaju. Entre os fugitivos estava Genivaldo Leonízio Azevedo, o "Nego", que havia sido preso três dias antes sob a acusação de assassinar dois ex-comparsas e enterrar os corpos em uma cova rasa no próprio município. Até hoje ele não foi recapturado pela polícia.

Por conta da superlotação, o Ministério Público Estadual (MPE) e a Vara de Execuções Criminais podem determinar fechamento de cinco delegacias metropolitanas, o que agravaria ainda mais a situação. Recentemente, o promotor de Justiça Deijaniro Jonas, acompanhado de fiscais da Vigilância Sanitária, visitou quatro delegacias (Homicídios, 2ª, 3ª e 4ª) e o Comando de Operações Especiais da Polícia (Cope) onde estão detidas 40 pessoas. Um laudo sobre as condições físicas e acomodações dos presos ainda não está pronto, mas o quadro encontrado não agradou ao Ministério Público.





Fonte: Terra

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