Amigo de Gugu, ex-deputado Rossi vai atuar na TV Pantanal
O retorno à TV é o último fio de esperança de Lino Rossi para recuperar sua imagem e sair do ostracismo, no qual está mergulhado desde quando deixou o mandato de federal, em janeiro deste ano. Ele foi denunciado à Justiça sob acusação de ter sido um dos interlocutores da máfia dos sanguessugas, entre os empresários Luiz Antônio e Darci Vedoin, da empresa Planam, e vários parlamentares. A Polícia Federal acusa Rossi de ter cometido os crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção passiva. Ele só não foi cassado porque não houve tempo para o processo ser julgado em plenário. O mandato terminou primeiro.
Lino Rossi teve uma carreira política 'meteórica'. Então apresentador do programa de maior audiência no Estado, o Cadeia Neles!, da TV Record Canal 10, ele conquistou a cadeira de vereador por Cuiabá. Com seu estilo polêmico e, ao mesmo tempo, carismático, teve uma votação explosiva em 98 e chega à Câmara Federal. No pleito de 2002, obtém 40.630 votos. Ficou na segunda suplência. Com a cassação do mandato de Rogério Silva, substituído por Teté Bezerra, e com a eleição de Wilson Santos à Prefeitura de Cuiabá, Lino Rossi, então, volta a ocupar cadeira de deputado federal. Nesse ínterim, passou a morar em São Paulo. Virou celebridade. Apresentou por menos de três meses o programa Cidade Alerta, da TV Record.
As acusações dos Vedoin levaram Rossi à lona. Ele foi acusado como sendo um dos parlamentares que recebiam propina para apresentar emendas junto ao Orçamento da União com vistas à compra de ambulâncias superfaturadas às prefeituras. Assim que terminou o mandato, Rossi, ainda sob investigação, se isolou. Agora surge a oportunidade do ex-deputado, radialista e apresentador de TV tentar reconquistar espaço. Ele recebeu convite do próprio Gugu para, em princípio, apresentar um programa popular, assim que a TV Pantanal for inaugurada. Rossi vive também expectativa de dirigir algum departamento da nova emissora.
Confusão jurídica
O surgimento da Pantanal é marcado por polêmicas. A concessão custou cerca de R$ 1 milhão. Quando foi cancelada a concessão, o prédio e a torre de transmissão da TV, em Cuiabá, já estavam construídos e a emissora já tinha licença para retransmissão em quase todas as capitais.
Gugu e a irmã, Aparecida Liberato Caetano, são oficialmente proprietários de 49,99% da emissora. No contrato registrado em dezembro do ano passado pela Junta Comercial de Mato Grosso, o majoritário da empresa é a mulher de um empresário de Cáceres, Vera Lúcia Klauk. Em outubro de 2002, na eleição presidencial, o então ministro das Comunicações, Juarez Quadros do Nascimento, anulou a concessão da mesma TV Pantanal que havia sido outorgada a Gugu em agosto daquele ano.
O caso ganhou repercussão porque Gugu era âncora da campanha do candidato do PSDB, José Serra, e porque o contrato de concessão foi declarado ilegal pela Consultoria Jurídica do Ministério das Comunicações. A legislação de radiodifusão só admite a venda de concessões de TV após decorridos cinco anos de funcionamento da emissora, e Gugu havia comprado a Pantanal dos antigos sócios antes de a emissora entrar em funcionamento.
Gugu recorreu ao Superior Tribunal de Justiça, que confirmou o entendimento do ministério. Para resolver o impasse, Gugu e a irmã 'devolveram' a empresa aos antigos sócios, retirando-se oficialmente da sociedade. O atual ministro Hélio Costa aceitou o argumento de que o apresentador agiu de boa-fé, ao comprar a empresa antes do prazo permitido por lei e assinou o contrato de concessão em nome dos antigos sócios.
A retirada de Gugu do quadro societário foi recebida pelos executivos de radiodifusão apenas como uma estratégia do apresentador para obter de volta a concessão, porque ele já havia investido muito no canal.
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