Argentinos bloqueiam fronteiras com Uruguai
Como têm feito a cada fim de semana há mais de um mês, ambientalistas das cidades argentinas de Concordia, Colón e Gualeguaychú bloquearam as passagens que as conectam, respectivamente, com as uruguaias de Salto, Paysandu e Fray Bentos, onde a companhia finlandesa Botnia constrói uma fábrica de celulose.
"Pretendemos manter o bloqueio simultâneo para o tráfego de veículos até as 22 horas (hora local e de Brasília), com um dia de protestos para que a Botnia saia", disse à Efe Susana Padini, secretária da Assembléia Ambiental de Gualeguaychú, que mantém o corte "por tempo indeterminado" desde 20 de novembro.
Por outro lado, os habitantes de Colón e Concordia realizam bloqueios temporários contra a instalação da fábrica, considerada de risco para o meio ambiente.
A construção da fábrica de celulose às margens do rio Uruguai, limite natural entre os dois países, provocou um litígio entre os Governos de Buenos Aires e Montevidéu, atualmente debatido na Corte Internacional de Justiça de Haia.
O presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, afirmou na sexta-feira que o bloqueio de estradas e pontes com a Argentina prejudica o Uruguai e pediu novamente que a polêmica das fábricas seja solucionada pela via diplomática.
As afirmações de Vázquez foram feitas depois de o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, ter dito na quinta-feira que é "muito difícil negociar" com o Uruguai sobre a questão, já que este país considera sua proposta como única alternativa.
O chefe de Estado argentino afirmou que, "com esta atitude, os uruguaios estão cometendo um erro estratégico".
Desde novembro, o embaixador espanhol Juan Antonio Yáñez-Barnuevo tenta aproximar as partes para superar o conflito, no marco da gestão que realiza o rei Juan Carlos para facilitar o diálogo entre os dois países.
Comentários