Impacto da atividade humana na Antártida ainda é pontual, mostra pesquisa
Segundo Helena Passeri Lavrado, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma das pessoas envolvidas no projeto, isso é um bom sinal. “Significa que as precauções que a estação brasileira tem tomado para que a presença humana não interfira no ambiente antártico tem funcionado razoavelmente bem”.
A pesquisadora explica que a estação adotou várias iniciativas a fim de evitar ou reduzir qualquer tipo de eliminação de resíduo.
“Lá tem uma mini estação de tratamento de esgoto. Então, ele não é lançado direto no mar, sofre um tratamento. Os cascos das embarcações são duplos. Significa que se uma parede ou um casco interno sofrer algum tipo de avaria ainda se tem um estepe e vice-versa”.
Ela diz que também há preocupação com o lixo produzido na Antártida. Segundo ela, é feita a coleta seletiva e a maior parte retorna para o Brasil. “Não se deixa resíduos sólidos no ambiente antártico. Existe até uma atividade que todos os pesquisadores fazem ao final de cada período de permanência na região, que é uma espécie de dia da limpeza, em que se sai ao redor da estação para verificar se não sobrou nenhum tipo de lixo”.
Helena Passeri já participou de três operações na Antártida. A primeira ocorreu no início desse estudo, no final de 2002, e a última em janeiro de 2006, quando esteve lá para encerrar a primeira etapa do projeto.
Este ano o Brasil participa pela primeira vez do Ano Polar Internacional (API), programa internacional voltado para a realização de pesquisas científicas no Ártico e na Antártida. “É a primeira vez que a gente vai participar efetivamente, porque há 50 anos o país não tinha essa participação expressiva na pesquisa Antártica [como a região também é conhecida]. Acho que com isso a gente vai dar um salto de qualidade”.
Durante dois anos, o Brasil vai desenvolver 28 estudos em mais de 30 universidades públicas e privadas. Para tanto, contará com R$ 9,2 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia.
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