Esloveno já atravessou metade do rio Amazonas a nado
Martin se aproxima da cidade de Manaus e pretende alcançar o ponto final da travessia em meados de abril, quando deverá chegar à cidade de Belém.
Ele disse que daqui para frente deverá avançar num ritmo bem mais lento. "Na sua parte baixa o rio Amazonas alarga muito fazendo com que a correnteza perca a força".
Martin acrescentou que quando estiver mais perto da foz deverá enfrentar ventos frontais que vêm do oceano Atlântico, o que também vai colaborar para a diminuição do ritmo. O esloveno disse que vinha nadando mais de 100 km por dia e nessa segunda metade sua média diária deverá cair para 80 quilômetros.
Calor
Apesar de estar estranhando o calor de quase 40ºC, Martin disse que suas condições físicas e psicológicas continuam excelentes.
"Tenho dores e feridas abertas na parte de trás das minhas pernas. Acontece quando água barrenta e terra entram na minha roupa molhada e ficam lá por horas, se esfregando contra a minha pele", diz. Outro problema é o forte sol durante o dia.
Strel, que começou a travessia no dia 1º de fevereiro, em Atalaya, no Peru, disse que não tem enfrentado grandes perigos no rio.
"Vimos jacarés nas margens do rio, mas acho que eles preferem não atacar seres humanos, ou então não estavam com fome", brincou o nadador.
Ele disse que viu centenas de botos cor-de-rosa e acha que os animais não representam nenhum perigo.
"São criaturas maravilhosas", disse. "Vi milhares deles na parte superior do rio. Quase toquei em um deles porque eles se aproximam bastante de mim quando estou nadando. Eles são amigáveis."
Guia
Para a travessia, ele conta com o apoio de cerca de 40 pessoas, incluindo navegadores, pilotos, médicos, fotógrafos, cinegrafistas e escritores que vão documentando a aventura.
Um dos mais importantes integrantes da equipe de Martin é o guia brasileiro Miguel Rocha da Silva. Profundo conhecedor da região, Miguel participou de diversas aventuras pelo rio Amazonas, incluindo a missão científica chefiada pelo explorador francês Jacques Yves Cousteau, na década de 70.
Uma das grandes preocupações da equipe é que o nadador não seja atacado pelo candiru, um pequeno peixe que penetra no corpo de suas vítimas pelos orifícios corporais como o ânus, a vagina ou a uretra, onde chega seguindo o rastro da urina.
Uma vez dentro do corpo da vítima, o candiru se alimenta do sangue, e normalmente só pode ser retirado através de cirurgia.
"Sempre urino dentro da roupa de borracha que mantenho extremamente limpa para não atrair o candiru", disse Martin.
Para manter o nível de energia durante a travessia, o nadador faz uma refeição reforçada pela manhã e outra à noite. Durante o dia bebe muito leite e come apenas barras de chocolate e cereais para não perder a concentração.
"Pela manhã como ovos, leite, presunto, queijo, mel e frutas. À noite faço uma boa refeição para repor as energias. Adoro a comida brasileira."
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