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Internacional
Sexta - 02 de Março de 2007 às 13:32

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O romance dele com a diretora da escola particular em que estudava no East Side de Manhattan começou com um beijo, na oitava série, testemunhou o policial na quinta-feira. Aconteceu em 1995, e sua equipe havia acabado de ser derrotada em uma competição escolar de atletismo, ele contou aos jurados na corte suprema de Manhattan. Como capitão da equipe, ele se sentia arrasado. A diretora da escola, Lina Sinha, a quem ele se dirigia então como "senhorita Lina", o consolou com um beijo, ele afirmou. "Eu estava triste, e Lina me beijou na boca". Uma promotora, Florence Chapin, perguntou se aquele havia sido o seu primeiro beijo na boca. O policial respondeu que sim. Agora com 24 anos, o policial foi a primeira testemunha no julgamento contra Sinha por abuso sexual de menores e sodomia. A diretora, que agora tem 40 anos, é acusada de ter mantido relações sexuais com ele e com outro aluno da Montessori School of New York, anos mais tarde. "Ela seduziu os dois", disse outra promotora, Rachel Hochhauser, sobre os alunos.

Sinha conversava com eles sobre amor, crianças e o futuro, disse Hochhauser. Os casos transcorreram como muitos outros romances, "mas com uma diferença muito importante", ela declarou aos jurados. "Os afetos de Lina Sinha eram dirigidos a crianças". A promotoria disse que o primeiro caso começou em 1995, quando o menino tinha 13 anos. E continuou depois que ele saiu da escola, ao completar a oitava série.

Durante a argumentação de abertura do julgamento de Sinha, na quinta-feira, promotores e advogados de defesa se concentraram no final do caso entre a acusada e sua primeira vítima, que aconteceu depois que ele cresceu, abandonou a faculdade e estava tentando carreira como boxeador, enquanto estudava para ser policial. No final de 2004 ou começo de 2005, o ex-aluno rompeu o relacionamento, provocando uma série de bizarras queixas de Sinha à polícia, o que resultou nas acusações de que ela teria feito sexo com menores idade.

Depois do desagradável rompimento, afirmou Hochhauser, Sinha começou a ligar para o número de emergência da polícia e a apresentar queixas contra o ex-amante junto ao conselho de comportamento, que investiga alegações de conduta indevida por parte de policiais. Ela o acusou de apontar uma arma contra sua cabeça e de ter estuprado outra mulher, entre outros crimes. Mas o líder da equipe de defesa, Gerald Shargel, disse que Sinha era "uma professora e diretora competente, altamente dedicada e compassiva", que ajudava o aluno em seus problemas escolares e só começou um relacionamento com ele quanto o menino já tinha 17 anos e estava na faculdade.

Shargel disse que o jovem havia morado com Sinha, e que suas roupas ficavam no apartamento da diretora, depois que ele deixou a faculdade e se matriculou na academia de polícia, segundo o advogado ele mantinha um uniforme extra no apartamento, do qual ele tinha a chave. Shargel não contestou que sua cliente tivesse apresentado as queixas, mas disse que o motivo era ciúme, porque o namorado havia começado a sair com outra mulher.

O namorado também se tornou violento, segundo o advogado. Quando seus superiores o interrogaram sobre as queixas, ele teria falsamente acusado Sinha de ter feito sexo com ele quando ainda era menor de idade. Depois, ele não pôde retirar a acusação, por medo de ser demitido da polícia já que teria mentido em uma investigação. O advogado disse que sua cliente tinha ficado "profundamente ferida, sofrendo a imensurável angústia de um amor fracassado".

Shargel disse que o segundo aluno, quando interrogado inicialmente pelos investigadores, negou qualquer relação sexual, mas mudou sua história depois que sua mãe contratou um advogado para processar Sinha e a escola. Além da escola de Manhattan, a família de Sinha dirige colégios que usam o método Montessori em Brooklyn e Queens. Sinha, que está de licença, era diretora e ocasionalmente professora na unidade de Manhattan.

Os promotores ofereceram o que descrevem como cronologia ano a ano do caso entre Sinha e o primeiro aluno. O relacionamento começou com visitas a um McDonald's, em 1995. Depois do primeiro beijo, quando ele tinha 13 anos, aos 14 ele começou a receber sexo oral de Sinha, e os dois começaram a fazer sexo, como presente de aniversário a ele, no dia em que o estudante completou 15 anos, segundo os promotores.

Quando o adolescente entrou na faculdade, aos 17 anos, começou a se distanciar de Sinha, e ela procurou consolo em um caso com um segundo aluno. O segundo caso começou com um abraço em uma viagem de esqui, disseram os promotores, e menos de um mês depois ela tirou a virgindade de um aluno de 12 anos. Sinha tinha 34, então. Em seu depoimento, o policial disse que quando o caso começou, sua altura mal chegava ao peito de Sinha.

Ele contou que foi seduzido em um momento de vulnerabilidade, quando estava zangado com a mãe por se divorciar de seu pai. Descreveu como levava o telefone ao banheiro de sua casa para conversar em segredo com a diretora. Depois, começaram a sair nas noites de sexta-feira, "como namorados", disse. Sinha o apanhava com a perua da escola, que ela a seguir estacionava em um trecho deserto da York Avenue.

"Lá nos beijávamos, e nos tocávamos", contou o policial. Chapin, a promotora, perguntou se ele se lembrava de Sinha lhe ter pedido para manter o relacionamento em segredo. "Sim", ele respondeu. "O teor da conversa era que eu não devia contar a ninguém ou ela poderia se encrencar".





Fonte: The New York Times

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