Efeito China volta a afetar a Bovespa
Segundo analistas, a economia chinesa manda sinais aos investidores de todo o mundo que a fase de dúvidas sobre o cenário econômico mundial podem influenciar os mercados financeiros por um período mais longo.
“A grande preocupação do mercado é com a economia chinesa. O mercado começa a desconfiar desse crescimento”, disse o economista Miguel Daoud, da Global Financial Adviser. “Esse movimento pode durar mais alguns dias.”
Europa e EUA Na Europa, onde os índices abriram em alta, logo se desenhou uma queda por causa do nervosismo no mercado chinês. A queda só não se acentuou mais por causa dos dados positivos sobre a economia norte-americana. Os principais mercados tiveram desvalorização: Londres caiu 0,9%; Frankfurt, 1,12%; e Paris, 1,05%. O índice geral do continente teve retração de 0,87%.
Em Wall Street, nos EUA, informações sobre a atividade industrial nos EUA, que apontou crescimento, animou o mercado logo no início do pregão, também reduzindo a tendência de baixa.
Os principais índices do mercado asiático também encerram o dia com perdas.
Análise Segundo analistas, os investidores querem comprovar se a queda dos últimos dias é passageira, como afirmam muitos economistas, ou se a tempestade pode ganhar ainda mais força. Muitos prevêem um longo período de volatilidade. "Esse problema da China acaba contaminando o mercado", disse o operador de câmbio da corretora Didier Levy, Júlio César Vogeler.
"Quem sofre mais nisso tudo são os mercados emergentes", disse, em referência à saída de capitais de países considerados mais arriscados. Para Vogeler, porém, a turbulência "é questão de tempo", para os mercados se ajustarem suas posições. "O Brasil já está vacinado."
Início da crise O nervosismo no mercado começou na terça-feira (27), quando a Bolsa de Xangai teve a maior queda da década, depois que rumores de que o governo interviria no mercado se espalharam entre os investidores chineses.
Como resultado, as bolsas de todo o mundo caíram fortemente no dia - a Bovespa registrou uma das desvalorizações mais acentuadas, de 6,62%. Na quarta-feira (28), os mercados se recuperaram (com exceção do europeu), mas não o suficiente para compensar as perdas do pregão anterior.
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