Aumento da competição leva banda larga a crescer 40%
Para este ano, a previsão é que o crescimento fique próximo dos 1,6 milhão de usuários conquistados em 2006. "O desafio é tomar medidas estruturais para garantir o crescimento de 2008", disse Ripper. Segundo o executivo, o mercado pode chegar a um limite em 2007, e a manutenção da expansão dependeria de políticas públicas. Entre elas, a retomada dos leilões de freqüências de banda larga sem fio, regras que aumentem a competição, a reavaliação das metas de universalização das operadoras e o uso do poder de compra do governo para levar a internet rápida para as cidades menores.
O avanço de 2006 foi incentivado pela migração de clientes de internet discada, pelo sucesso de serviços de troca de arquivos e de compartilhamento de vídeo, pela alta nas vendas de computadores e pela competição entre operadoras de telefonia fixa e empresas de cabo.
A competição teve como efeito o aumento das velocidades disponíveis e a queda nos preços. Os acessos superiores a 1 megabit por segundo passaram de 2% do mercado total em 2005 para 22%. No segundo semestre de 2006, houve uma redução de 8% nos preços médios.
Mesmo assim, o ADSL, tecnologia usada pelas operadoras de telefonia, ainda domina o mercado, com 78,2% no fim de 2006. Em 2005, no entanto, essa fatia era de 81,4%. O acesso via rede de TV a cabo subiu de 14,7% do total do mercado para 17,8%. Apesar da cobertura limitada de suas redes, as empresas de cabo ganharam mercado com seus pacotes que unem televisão, internet e telefonia.
O Estado de São Paulo concentra 39,3% dos acesso de banda larga no País. O peso, no entanto, já foi maior. Em 2005, eram 43,1%. As regiões Norte e Nordeste tinham, em 2006, 5,7% e 8,9% das conexões de internet rápida, respectivamente. Para uma distribuição melhor, seria necessária uma política pública, segundo o estudo.
Em junho de 2006, a densidade de acessos de banda larga no Brasil, em relação ao número de habitantes, era de 2,6%. Ficava abaixo de outros países sul-americanos, como a Argentina (3,2%) e o Chile (6%), e acima de outros como o Peru (1,5%). Na Coréia do Sul, onde houve uma política pública para banda larga, a densidade chega a 27%. "A banda larga pode ser um instrumento de distribuição de renda, pois torna empresas pequenas e médias mais competitivas", apontou Ripper.
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