Projetos de assentamento vão atender 197 famílias em Cuiabá
O projeto foi visitado nesta quarta-feira (28) pelo governador Blairo Maggi, pelo presidente do Intermat e pelo secretário de Infra-estrutura, Vilceu Marchetti, além do deputado estadual Sebastião Resende.
No primeiro projeto, denominado "Gamaliel", a parceria foi formada pelo Estado com a Sociedade Beneficente Evangélica (SBE), entidade da Igreja Assembléia de Deus que buscou junto ao Governo uma alternativa para beneficiar famílias que não possuíam uma forma de renda ou onde se instalar dignamente. O Governo do Estado está investindo um total de R$ 1,89 milhão, dos quais R$ 1,19 milhão é empregado nos imóveis e o restante na instalação de redes de água e energia elétrica e abertura das ruas.
Pela parceria, o Intermat responsabilizou-se pela aquisição da área, serviços topográficos, arruamentos e posteriormente a eletrificação rural. A Igreja Assembléia de Deus fica responsável pela mão-de-obra da construção das casas. As residências estão sendo construídas com recursos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), dentro do programa Bolsa Material de Construção (BMC), convênio firmado com a Secretaria de Infra-Estrutura (Sinfra).
Cinqüentas casas já foram erguidas e as famílias já começaram, em alguns lotes, o plantio de verduras e a criação de aves. Um exemplo é o casal Hélio de Melo Cabral, 84 anos, e Joana de Oliveira Cabral, que antes moravam "de favor" na casa dos filhos e hoje contam com a oportunidade trazida pelo Nossa Terra, Nossa Gente de poder plantar e criar em um terreno próprio.
Outra moradora que está comemorando a conquista do espaço é a ex-feirante Edith da Silva Nogueira, 60 anos. “Agora tenho aonde plantar e num lugar que seja realmente meu. Além disso, ainda me livrei do aluguel”, comemora ela que está morando no local desde o final do ano passado.
As demais casas estão sendo erguidas com o auxílio de mestre de obras que fazem parte da Assembléia de Deus.
O pastor Sebastião Rodrigues de Souza destacou que há mais de 30 anos a Igreja vem lutando para conseguir um pedaço de terra para algumas famílias carentes da congregação. “Esse é um papel fundamental que o Governo está desenvolvendo, para que essas pessoas tenham na vida mais tranquïlidade, com sua casa, seu pomar”, afirmou.
As famílias foram selecionadas pela Igreja Assembléia, que obedeceu a critérios de idade, renda familiar de até dois salários mínimos e que não tivessem posse de imóveis urbano ou rural. “A preferência é para a família que tem filhos, pessoas que não tiveram chance de ter alguma coisa”, afirmou o diretor executivo da SBE, Luiz Roberto Rezende da Cruz.
Maggi destacou mais uma vez a importância social do Nossa Terra, Nossa Gente, que segundo ele, está proporcionando a milhares de famílias que vivem nos mais de 30 projetos de assentamentos e vilas rurais do programa, uma oportunidade digna de retirar o próprio sustento onde mora e ainda, viver em uma pedaço de chão que sejam próprios. Como faz questão de frisar Maggi, o Nossa Terra, Nossa Gente, é considerado o "xodó" do Governo, porque de maneira simples e bastante transparente, está concedendo terra e levando alternativa de trabalho e dignidade a centenas de famílias de trabalhadores rurais, principalmente, em regiões que viviam da extração mineral. Hoje, nos 20 projetos de assentamentos em todo o Estado que integram programa, cerca de mil famílias produzem hortifrutigranjeiros para o sustento próprio e algumas já conseguem comercializar o excedente da produção.
“A grande característica desse programa é localizar essas famílias em áreas que estejam próximas dos centros urbanos, justamente para que as pessoas tenham a chance de poder vender o que sobrar da pequena produção. O programa tem dado muito certo em vários municípios e agora queremos, em alguns locais como esse aqui, trabalhar para levar a irrigação necessária para que as famílias possam produzir mais e melhor”, observou o governador.
Maggi ainda destacou o exemplo da parceria realizada com a SBE, citando que as igrejas sempre atuaram em conjunto em diversas ações sociais do Governo. “É um exemplo, principalmente o empenho do deputado Sebastião, que buscou uma forma viável de levar dignidade a quem precisa”, continuou.
DEFICIENTES FÍSICOS
O outro projeto na mesma região do Altos da Glória atende 27 famílias de portadores de deficiência. Pela parceria formada com a Associação Mato-grossense dos Deficientes Físicos, as famílias obtiveram os lotes onde o Intermat construiu as casas. No assentamento Vitória, alguns moradores já começaram também o plantio de frutas e verduras, como seu Raimundo Soares de Oliveira, que tem um filho deficiente. "Isso aqui hoje é o paraíso para todos nós. Temos tranquilidade e um canto digno para morar e plantar", agradeceu ele. Morando há três meses no assentamento, Ruth Néia Soares também está comemorando a nova casa. "Tenho o que considero para mim 'uma mansão', pois atende o que necessito e me faz digna", disse ela.
A implantação de Vilas Rurais tem o objetivo de levar benefícios a trabalhadores que, devido ao êxodo rural, estão hoje desempregados na cidade. As áreas destinadas à criação de Vilas Rurais estão localizadas nos entornos dos centros urbanos, até cinco hectares em média, e são adquiridas pelo Governo do Estado ou em parceria com os municípios contemplados. Os lotes variam de 1,2 a 2,5 hectares, que recebem depois de selecionados, cadastrados e registrados no Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária (Sipra/Incra), tornam-se habilitados à concessão de créditos destinados à agricultura familiar e à reforma agrária.
Já foram criadas em Mato Grosso 21 Vilas Rurais em 17 municípios, beneficiando 1.015 famílias e outras 42 com créditos de Alimentação, Fomento Agrícola, Habitação e Bolsa Material de Construção.
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