Fraudes na 2ª Ciretran de Rondonópolis assustam até funcionários sérios

Desvio de dinheiro público. Fraudes contra o sistema do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT). Venda de Carteiras Nacional de Habilitação (CNH). Desvio de ICMS de carros, liberação irregulares de veículos, fraudes em leilões e recebimento de propina por funcionários públicos.

Estes são apenas alguns dos crimes que uma ou mais quadrilhas estão praticando há mais de três anos dentro da 2ª Ciretran de Rondonópolis (Sul, a 220 km de Cuiabá). Os bandidos seriam “apadrinhados” por políticos da região. Todos fugiram da reportagem e ninguém quis falar sobre o assunto.

De 28 a 30 despachantes e auto-escolas seriam responsáveis pelo monopólio, com aval de políticas em fraudes, dentro de fora da Ciretran de Rondonópolis. Um funcionário do Detran, em Cuiabá, confirmou que as fraudes estão se tornando cada dia mais comum, virando até uma cultura-bandida.

Para o funcionário, as quadrilhas mandam e desmandam dentro do Ciretran de Rondonópolis e não adiantam as investigações, porque nada dá resultado devido o poder dos bandidos, principalmente nos últimos anos, deixando grandes prejuízos aos cofres públicos e ainda colocando em risco a vida de pessoas inocentes, vítimas de acidentes praticados por motoristas que compram CNH nas mãos de bandidos.

“São quadrilhas conhecidas, mas que são bandidos protegidos por padrinhos políticos. Não adianta a Polícia investigar porque as investigações que não dão em nada. Os bandidos vão e voltam, principalmente aqui em Rondonópolis, à mercê dos bandidos nos últimos anos”, detonou um funcionário do Detran.

A reportagem foi até a cidade de Rondonópolis tentar conversar com alguns funcionários apontados como sérios sobre as quadrilhas que infestam a 2ª Ciretran, mas sentiu que todos estavam com muito medo de falar sobre o assunto. Mesmo com a promessa de manter o nome de todos em sigilo, ninguém quis falar e todos fugiram.

O advogado Juliano Calçada Muniz, corregedor do Detran-MT confirmou as fraudes, ou pelo menos as investigações sobre as fraudes, mas não quis entrar no assunto, alegando que qualquer divulgação poderia prejudicar as investigações.