Atá 50% dos remédios são falsos em países pobres
A Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife), órgão da ONU encarregado de vigiar o cumprimento dos acordos sobre drogas, divulgou, em seu relatório anual correspondente a 2006, um alerta sobre as "conseqüências fatais" que o uso desses medicamentos pode acarretar.
O organismo indica que remédios roubados ou adquiridos por outros meios ilícitos, e fármacos de fabricação ilícita abastecem este mercado negro. A Jife afirma também que essas substâncias são vendidas ilegalmente na Internet e distribuídas por meio de serviços postais.
As pessoas que adquirem estes medicamentos o fazem sem receita médica, e recorrem ao mercado negro porque "não têm acesso satisfatório aos serviços de atendimento de saúde, ou porque os produtos são mais baratos".
"Em vez de curar, estes produtos matam", resumiu Philip Emafo, presidente da Jife, que afirma que os medicamentos falsificados representam um "perigo real e considerável". A crescente expansão destes remédios fraudulentos "se deve ao fato de que são fáceis de produzir, e podem ser muito semelhantes aos produtos genuínos, no que diz respeito ao recipiente e aos rótulos".
A Jife lembra que estes produtos já tiveram suas conseqüências fatais comprovadas na África. A organização lembra que, em 1995, "o uso de uma vacina falsificada provocou a morte de 2.500 pessoas".
A ONU também destaca o quão fácil é adquirir estes produtos nas ruas de países em desenvolvimento, ao tempo que nas nações desenvolvidas, a distribuição costuma ser realizada pela internet. Por isso, a Jife pede aos Estados-membros que promulguem leis com o objetivo de garantir que os entorpecentes e as substâncias psicotrópicas não sejam ilegalmente fabricadas, nem desviadas dos canais legais de distribuição.
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