Governo tenta desmobilizar primeira CPI do 2º mandato de Lula
Apenas a deputada Manuela D´ávila (PC do B-RS) teve tempo de retirar a assinatura porque tomou a decisão ontem, antes do registro da CPI. Manuela teria justificado que assinou o requerimento por impulso e preferia ouvir o seu partido antes de confirmar a adesão. Cinco parlamentares do PC do B assinaram o requerimento.
Entre os que assinaram estão líderes de partidos governistas, como Miro Teixeira (PDT-RJ), Márcio França (PSB-SP), Juvair Arantes (PTB-GO).
Para impedir a CPI, o governo tem agora apenas dois instrumentos: o presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), pode considerar que ela é inconstitucional e os líderes podem atrasar a indicação dos membros.
A CPI foi viabilizada com o apoio de parlamentares da base de apoio do governo no Congresso, numa ação articulada pelo PSDB. De forma relâmpago e na "surdina", os deputados Otávio Leite (PSDB-RJ) e Vanderlei Macriz (PSDB-SP) coletaram as assinaturas ontem, sem alarde. Eles evitaram pedir o apoio de parlamentares do PT e lideranças dos partidos justamente para evitar que o assunto chegasse ao governo. Ontem à noite mesmo, os dois deputados protocolaram o requerimento para evitar um movimento de retirada de assinaturas.
Os alvos dos dois deputados foram os colegas novatos. Parlamentares como Paulo Maluf (PP-SP), Frank Aguiar (PTB-SP) e Clodovil Hernandez (PTC-SP) assinaram o requerimento. Clodovil teria hesitado, mas concordou em assinar o requerimento depois de ter suas indagações sobre a necessidade de uma CPI para investigar a crise aérea respondidas.
O partido que mais garantiu assinaturas para a CPI foi o PSDB (50), seguido do PFL (43), PDT (20), PMDB (26), PDT (20), PP (18), PR (10), PPS (9), PTB (9), PV (8), PSB (7), PC do B (5), PAN (3), PMN (2), PSOL (2) e PT (1). Apenas o deputado Zé Geraldo (PA) assinou o documento no PT. No total assinaram 215 deputados. Para que a CPI seja instalada são necessários apenas 171 deputados.
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