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Quarta - 28 de Fevereiro de 2007 às 15:46
Por: Edivaldo de Sá

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O acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que está sendo erguido desde domingo (25), numa propriedade particular de 40 ha, no município de Nortelândia (230 Km da capital) no Médio – Norte, cedida através de comodato pelo proprietário desde o dia 14 de Fevereiro, está recebendo todos os dias dezenas de novos integrantes, em números que já chegam a 150 famílias, informou o coordenador do MST no local, Abílio Gomes Buenos. No domingo 100 famílias desembarcaram na propriedade.

O MST está montando o que eles chamam de base operacional na região, com o intuito de promover um levantamento de áreas para reforma agrária e assentar as famílias cadastradas no movimento, que aumenta a cada dia, com o sonho das pessoas de terem o seu próprio pedaço de chão, como costumam dizer.

Dados do Censo Agropecuário de 1996 se comparados com os de 2006 do Indea e do Incra de Diamantino (ver quadro), demonstram que houve um acréscimo gigantesco no numero de propriedades com até 100 ha, que eram de 43 e hoje chega a 369 pequenas propriedades. Nesse crescimento estão inclusos os 196 do assentamento Barreirão, outros 70 do assentamento São Francisco, feitos pelo INCRA e outros 50 do Governo do Estado, no Nossa Terra Nossa Gente. Esses assentamentos impulsionaram a econômica local, provocando a abertura de novos postos de trabalho e mudando a vida de várias famílias, que viviam sem perspectivas de futuro, já que são oriundas do garimpo, atividade em declínio desde a década de 90.

O município possui grandes propriedades, por isso acaba atraindo a atenção de movimentos pela reforma agrária, objetivando diminuir os problemas sociais ocasionadas pelo fim da extração mineral.

Abílio Gomes Buenos, destaca que os antigos garimpeiros precisam passar por um treinamento e adaptação a atividade rural, além de aprenderem a se organizar, para que permaneçam no campo ou na cidade. Para ele na região, há muitas áreas que não cumprem seu papel social, portanto, passiveis de desapropriação.

Conforme os dados obtidos pela reportagem, é possível analisar que em 1996 o município possuía poucas propriedades num total de 142, evidenciando uma grande concentração de terras em poucas propriedades, sendo que 119 propriedades estavam entre as de 01 a 500 hectares, e acima de 500 hs a 100 000 somavam 23 proprietários, sendo que a maior delas é a Fazenda Arrossensal Agropecuária, do Grupo Camargo, com 71 mil há de terras em Nortelândia.





Fonte: Repórter News

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