Chinaglia discute proposta de reforma política com a OAB
A OAB criticou o modo como Chinaglia encaminhou a discussão: discutir a reforma com os líderes partidários sem ouvir as sugestões da sociedade. "É um raciocínio totalmente equivocado. Esqueceu o deputado Chinaglia que a Câmara dos Deputados tem como razão de ser escutar a população, escutar o povo", disse Britto em entrevista à rádio CBN.
Britto defende que o Congresso promova, urgentemente, uma profunda reforma para que seja remodelada a estrutura política do país, "a fim de que expressões como mensalão, sanguessugas e valeriodutos e cooptação deixem o cenário nacional e sejam substituídos por palavras como política e não politicagem, como coalizão, respeito e transparência à vontade do eleitor".
Para ele, a reforma deve incluir também a redução do mandato de senador de oito para quatro anos e a extinção do que ele chama de "senador clandestino", os suplentes que assumem a vaga do titular sem que para isso tenham recebido um único voto sequer.
Ontem, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) defendeu a aprovação de uma espécie de minirreforma política para agilizar a tramitação de mudanças no sistema político do país. Tarso disse acreditar na votação da minirreforma no prazo de 30 dias a 60 dias pela Câmara.
O ministro defendeu três pontos específicos que devem integrar a minirreforma: a fidelidade partidária, a votação em listas fechadas e o financiamento público de campanhas.
"Se for possível um reforma através de um programa mínimo, rápido, seria muito melhor do que não sair nada. Isso é possível ser acordado, esse programa mínimo, no primeiro semestre", disse Tarso.
O ministro se reuniu ontem com o presidente da OAB para discutir a reforma política elaborada pela entidade.
Tarso esclareceu, no entanto, que a proposta da OAB difere da elaborada pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do governo em alguns pontos.
"As duas propostas têm semelhanças. Depois da visita da OAB [à Câmara], o governo vai fazer as suas visitas correspondentes. O presidente da OAB pediu inclusive uma audiência com o presidente da República para entregar as propostas que está fazendo", disse.
O ministro minimizou o fato de Chinaglia ter incluído na pauta de votações da Casa o texto que já estava em tramitação na Câmara, excluindo as propostas da OAB e do governo.
"O governo não tem que mandar nenhum projeto para o parlamento, porque já tem um projeto tramitando. O próprio Chinaglia telefonou no meio da reunião e se colocou à disposição para receber as demais", afirmou.
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