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Nacional
Quarta - 28 de Fevereiro de 2007 às 10:06

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Há mais 500 marquises na cidade do Rio de Janeiro com problemas estruturais, cujos proprietários já foram notificados, mas não fizeram os reparos necessários. A afirmação é do presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), Reynaldo Barros, de acordo com informações da Defesa Civil Municipal. "Como não há cobrança dos órgãos competentes, os proprietários não fazem manutenção", ressalta Reynaldo. Ontem, em rápida caminhada pela avenida Nossa Senhora de Copacabana próximo ao Hotel Canadá, o presidente do Crea verificou pelo menos três marquises em mau estado de manutenção.

A 200 metros do hotel, no número 813, o concreto está corroído e os vergalhões, expostos e enferrujados. Mais adiante, no número 462, esquina com a rua Paula Freitas, e no prédio em frente, são visíveis infiltrações e rachaduras nas marquises. "Somente com essa inspeção visual, fica evidente a necessidade de manutenção", afirma Barros. O presidente do Crea, no entanto, não pode afirmar se há risco de desabamento. "Para isso, é preciso uma avaliação técnica. Mas não resta dúvida de que, se a situação se arrastar por mais tempo, pode gerar novo risco de acidente", explica Reynaldo.

Mais 1,5 mil multados

Em 2006, a Secretaria Municipal de Urbanismo notificou 1.685 imóveis com problemas estruturais, como rachaduras e infiltração em paredes, marquises e fachadas. Apenas 10% deles cumpriram as recomendações de reforma. Os outros 90% receberam multas no valor total de R$ 340 mil. Em dezembro e janeiro, técnicos do programa de Recuperação de Imóveis da Defesa Civil Municipal vistoriaram 900 marquises. Foi requisitada a manutenção de 270 e 16 delas foram demolidas.

Somente ontem, um dia após o acidente, a Defesa Civil recebeu 24 denúncias de marquises mal-conservadas. A maioria delas fica em Copacabana. De acordo com o órgão, a população ficou com medo após a morte de duas pessoas. A Defesa Civil faz vistoria sempre que é solicitada pelo telefone de emergência 199.

Denúncias também podem ser feitas pelo telefone 2503-2772, da Divisão de Verificação Estrutural (DVE) da Secretaria Municipal de Urbanismo, responsável ainda pela notificação. Caso o proprietário ou responsável pelo imóvel não faça a reforma, a DVE aplica multa, cujo valor varia de acordo com o tamanho da marquise. O Código de Obras do Município do Rio de Janeiro obriga os proprietários a manter as estruturas em boas condições.

O presidente do Crea planeja reunião com o secretário de Urbanismo, Augusto Ivan de Freitas, para viabilizar projeto aprovado pela Câmara dos Vereadores e não-sancionado: a auto-vistoria a cada dez anos. Os prédios contratariam engenheiros para verificar as boas condições dos imóveis. Ele propõe que o Ministério Público Estadual faça queixa-crime contra os responsáveis pelos edifícios multados porque não cumpriram a ordem de reforma e que a prefeitura interdite a marquise.

Hoje, Barros vai se reunir com Ely Machado, advogado do Hotel Canadá, para saber qual a empresa responsável pelas obras de manutenção da marquise.





Fonte: O Dia

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