500 marquises correm risco de desabar no Rio
A 200 metros do hotel, no número 813, o concreto está corroído e os vergalhões, expostos e enferrujados. Mais adiante, no número 462, esquina com a rua Paula Freitas, e no prédio em frente, são visíveis infiltrações e rachaduras nas marquises. "Somente com essa inspeção visual, fica evidente a necessidade de manutenção", afirma Barros. O presidente do Crea, no entanto, não pode afirmar se há risco de desabamento. "Para isso, é preciso uma avaliação técnica. Mas não resta dúvida de que, se a situação se arrastar por mais tempo, pode gerar novo risco de acidente", explica Reynaldo.
Mais 1,5 mil multados
Em 2006, a Secretaria Municipal de Urbanismo notificou 1.685 imóveis com problemas estruturais, como rachaduras e infiltração em paredes, marquises e fachadas. Apenas 10% deles cumpriram as recomendações de reforma. Os outros 90% receberam multas no valor total de R$ 340 mil. Em dezembro e janeiro, técnicos do programa de Recuperação de Imóveis da Defesa Civil Municipal vistoriaram 900 marquises. Foi requisitada a manutenção de 270 e 16 delas foram demolidas.
Somente ontem, um dia após o acidente, a Defesa Civil recebeu 24 denúncias de marquises mal-conservadas. A maioria delas fica em Copacabana. De acordo com o órgão, a população ficou com medo após a morte de duas pessoas. A Defesa Civil faz vistoria sempre que é solicitada pelo telefone de emergência 199.
Denúncias também podem ser feitas pelo telefone 2503-2772, da Divisão de Verificação Estrutural (DVE) da Secretaria Municipal de Urbanismo, responsável ainda pela notificação. Caso o proprietário ou responsável pelo imóvel não faça a reforma, a DVE aplica multa, cujo valor varia de acordo com o tamanho da marquise. O Código de Obras do Município do Rio de Janeiro obriga os proprietários a manter as estruturas em boas condições.
O presidente do Crea planeja reunião com o secretário de Urbanismo, Augusto Ivan de Freitas, para viabilizar projeto aprovado pela Câmara dos Vereadores e não-sancionado: a auto-vistoria a cada dez anos. Os prédios contratariam engenheiros para verificar as boas condições dos imóveis. Ele propõe que o Ministério Público Estadual faça queixa-crime contra os responsáveis pelos edifícios multados porque não cumpriram a ordem de reforma e que a prefeitura interdite a marquise.
Hoje, Barros vai se reunir com Ely Machado, advogado do Hotel Canadá, para saber qual a empresa responsável pelas obras de manutenção da marquise.
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