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Internacional
Segunda - 26 de Fevereiro de 2007 às 17:17

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Um dos supostos "cérebros" dos atentados de 11 de março de 2004 em Madri, Rabei Osman, negou hoje que seja dele a voz que assume a autoria do massacre em conversa telefônica gravada na Itália. Ele compara a má interpretação de suas declarações às do papa Bento XVI sobre o islamismo, que foram consideradas uma afronta ao Islã. Conhecido como "O Egípcio", Osman é o primeiro dos 29 acusados a ser interrogado no julgamento dos atentados de 11 de março de 2004 , que deixaram 191 mortos e mais de 1.800 feridos.

No tribunal espanhol, "o Egípcio" disse: "Sou um ser humano normal e não tenho nenhuma relação com este ato terrorista, e o condeno totalmente". Em sua defesa, o acusado também afirmou que conversou sobre as notícias dos ataques de Madri com um amigo residente na Bélgica, mas que isso não significa que ele seja o "cérebro" dos ataques. "O Egípcio" afirmou que as conversas feitas em árabe foram mal traduzidas para a corte. Comparou sua situação com o que ocorreu no ano passado com o papa Bento XVI, que falou sobre o Islã em uma conferência e teve suas declarações interpretadas como um ataque contra a religião muçulmana.

O réu também disse que foi um choque ver as imagens de "seus amigos de Madri" relacionados com os atentados, referindo-se a Serhane Ben Abdelmajid "O Tunisiano", que se suicidou em Leganés (localidade próxima a Madri), e Fouad El Morabit, acusado de ajudar a organização terrorista. Rabei Osman foi detido no dia 7 de junho de 2004 e assegurou não saber que estava sendo vigiado e que seu telefone estava sendo grampeado pelas polícias de Espanha, França e Itália.

Há onze dias, o acusado, para quem a promotora pede 38.656 anos de prisão como suposto organizador dos ataques, afirmou que não responderia nem às perguntas da defesa, mas depois mudou de idéia e concordou em falar. Naquele dia, seu advogado pediu um recesso no interrogatório para que fossem ouvidas as gravações telefônicas junto com tradutores. "A tradução (oficial) é 80% incorreta", garantiu. No dia 6 de novembro, El Sayed foi condenado na Itália a dez anos de prisão por terrorismo e, segundo a sentença dos juízes do país, era "um membro influente da Al-Qaeda e da célula islâmica acusada da tragédia de Madri".





Fonte: AE-AP

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