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Domingo - 25 de Fevereiro de 2007 às 18:48
Por: Edivaldo de Sá

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Cerca de 100 famílias ligadas ao MST – Movimento dos Sem Terras, iniciaram neste domingo (25), pela manhã, a montagem de um acampamento no município de Nortelândia (230 km da capital), numa área cedida através de comodato por um pequeno proprietário rural, através de contrato de comodato, firmado no dia 14 de fevereiro. No local o MST está montando uma base operacional, visando mapear a região e iniciar a ocupação de áreas passiveis de reforma agrária.

Nortelândia é um município oriundo da extração do diamante, tendo sido referência em Mato Grosso nas décadas de 70 e 80. A exemplo de outras cidades da região, com dificuldades econômicas, social e política, principalmente um baixo IDH, e em função do diamante ou ouro ter se exaurido em praticamente todos os municípios da região, e por falta de políticas públicas voltadas especificamente para cidades oriundas dessa economia frágil, tem procurado, através da desapropriação de áreas improdutivas, uma das alternativas para o seu desenvolvimento.

Em 1997, com muita pressão junto ao Incra, o município foi contemplado com a desapropriação de uma fazenda improdutiva de 2.100 ha., surgindo assim, o Assentamento São Francisco, onde 70 famílias produzem para seu próprio sustento. No ano de 2003, após cinco anos de beira de estrada, 194 famílias conseguiram a desapropriação da Fazenda Barreirão, com aproximadamente 5.000 hectares. Os dois assentamentos provocaram a entrada de recursos no município, reaquecendo a economia, amenizando os problemas sociais. O comércio sofreu considerável aquecimento, pois, nessa situação, todo recurso federal e estadual é movimentado no próprio município e seu entorno.

De acordo com Abílio Gomes Buenos, um dos coordenadores do MST, os sem terras, os antigos garimpeiros da região, precisam de organização, treinamento e adaptação à lida do campo, para que permaneçam na sua cidade, na sua região, evitando que se desloquem para o grande centro, totalmente despreparados, morando em situação deprimente e no subemprego. “Teremos muito trabalho aqui na região, porque aqui tem muitas áreas que não estão cumprindo sua função social, portanto, passiveis de desapropriação para fins de reforma agrária, segundo o artigo 184 da Constituição Federal,” concluiu Abílio Buenos.

A coordenação do MST informa que a área de 40 hectares, cedida em comodato aos sem terras, será utilizada como acampamento provisório de famílias sem terra do MST, no cultivo de lavouras, hortas, lazer, entretenimento, treinamento e o uso da pastagem para produção de leite, queijo e doce para o consumo dos sem terras, principalmente das crianças. Abílio Buenos garantiu que os integrantes do movimento irão preservar o meio ambiente e respeitar à legislação ambiental.

O coordenador do movimento fez questão de dizer que diferentemente do que se tem veiculado, com relação às ações do MST, em Nortelândia e região de Tangará da Serra, que através desse trabalho “tem contribuído com a diminuição da miséria, incluindo, principalmente o pobre, no segmento de pequenos proprietários que, através da agricultura familiar, reconhecidamente atividade de alto poder de inclusão, conseguem, além de proporcionar cidadania aos seus, ajuda no desenvolvimento sustentável de sua cidade e região” disse ele.

Na área disponibilizada através de comodato, estão sendo construídos 10 núcleos com 10 famílias cada, e ainda nesta semana eles pretendem mapear a região e discutir com os acampados e organizadores quais áreas serão prioridade para ações do MST.




Fonte: Repórter News

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