ONU discute novas sanções contra o Irã
O anúncio da reunião, feito pelo subsecretário de Estado americano, Nicholas Burns, ocorre depois de um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) revelar que o Irã não suspendeu suas atividades de enriquecimento de urânio, como exigia o Conselho de Segurança.
Segundo Burns, na reunião de segunda-feira será discutida uma nova resolução da Conselho de Segurança impondo sanções ao Irã.
A primeira resolução nesse sentido, de número 1737, aprovada em 23 de dezembro de 2006, determinava um prazo de 60 dias, que expirou neste 21 de fevereiro, para que o Irã abandonasse o enriquecimento de urânio.
"Base legal"
O Irã afirma que a exigência da ONU para que interrompa seu programa nuclear é inaceitável.
"O Irã considera que uma suspensão do enriquecimento de urânio seria contrária aos seus direitos, ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear e às regras internacionais", disse o vice-diretor da agência nuclear iraniana, Mohammad Saeedi, afirmando que a exigência da ONU não tem base legal.
"Diante disso, Teerã não pode aceitar a Resolução 1737 do Conselho de Segurança determinando a suspensão do enriquecimento de urânio", disse Saeedi.
O Irã nega as acusações de países ocidentais de que estaria secretamente tentando fabricar armas nucleares e afirma que seu programa nuclear é pacífico, apenas para a produção de energia.
"Exigência ignorada"
O relatório da AIEA, divulgado nesta quinta-feira, diz que, em vez de suspender seu programa nuclear, como havia exigido a resolução do Conselho de Segurança, o Irã aumentou o volume de urânio que está enriquecendo.
De acordo com a agência nuclear da ONU, o Irã expandiu a quantidade de urânio que enriquece de uma quantidade considerada apropriada para pesquisa para um nível industrial.
A AIEA diz que mais de 300 centrífugas foram instaladas em uma usina iraniana e um total de 3 mil devem ser instaladas nos próximos meses.
O Tratado de Não-Proliferação Nuclear considera uma violação de suas regras o funcionamento de mais de 500 centrífugas.
O relatório da AIEA diz que o Irã concorda com inspeções ocasionais em suas instalações, mas não com a monitoração à distância.
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