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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sexta - 23 de Fevereiro de 2007 às 09:50

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O trânsito na ponte sobre o rio Garças está interditado para veículos pesados desde a segunda semana de janeiro. Somente os que têm peso abaixo de quatro toneladas podem passar pelo trecho. O monitoramento impede que as duas pistas sejam usadas ao mesmo tempo. As rachaduras estão consumindo um dos cinco pilares da única ponte que liga Barra do Garças à região oeste de Goiás, para quem utiliza a BR - 070. O problema foi descoberto por um pescador.

As filas de veículos duram o dia inteiro e incomodam transportadores, que reclamam de atrasos na entrega de cargas. "O movimento da cidade caiu muito, porque a gente vive hoje em vista do transporte, o transporte movimenta o Brasil. E, de certa forma, isso prejudicou demais a cidade", disse o vendedor Flávio Morais.

A rotina também foi alterada nas empresas de ônibus interestaduais. Guichês foram instalados nos dois lados da ponte. Quem chega precisa atravessar a pé e fazer um novo embarque. "A nossa passagem era pra embarcar 21h da noite de ontem e até agora estamos aqui e pensano onde vamos almoçar. Porque onde nós ficamos aqui nem restaurante tem", protestou o aposentado Ronaldo Nogueira. "É bem chato porque temos que atravessar a pé, né?" reclamou Maria Bianchi, que também é passageira de um dos ônibus.

Os danos na base do pilar causaram um desnível de 19 centímetros na altura da ponte. A medida é quase imperceptível, se levar em consideração o tamanho dela, que tem aproximadamente 100 metros de comprimento. Mas para a engenharia é uma grande diferença. Segundos os técnicos, se não houvesse a interdição da estrutura, uma parte da ponte já poderia ter caído no rio.

Nenhum engenheiro foi autorizado a dar entrevista. Mas o laudo do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transporte (Dnit), responsável pela obra, aponta excesso de peso como a principal causa da ruptura do concreto. A recuperação começou há três semanas. Além da reconstrução da parte danificada, os outros pilares também serão reforçados.

A previsão é que a resistência da ponte fique três vezes maior, suportando um peso de até 100 toneladas. Hoje, o limite é de 24. A obra deve ser concluída em seis meses. Quem é obrigado a passar por aqui não esconde o medo. "Uma vez uma mulher passou, de carro, com um salva-vidas, porque estava com medo de cair", disse uma das moradoras da região.

O desvio mais próximo para caminhões é pela MT-100, que liga Barra do Garças a Araguaiana. São 60 quilômetros de estrada até chegar ao Rio Araguaia, onde uma balsa faz a travessia dos veículos. Segundo o Dnit, essa é a melhor alternativa do momento, até que seja concluída a construção de uma estrada a seis quilômetros da ponte. A obra começou no início do mês e tem sofrido atraso por causa das chuvas que atingem a região.

A situação já traz reflexos à economia local. Pecuaristas registraram este mês queda de quase 50% na arroba do boi, devido à dificuldade no transporte da carne. O escoamento da safra de grãos também deve ser prejudicado. Segundo Vilond Tomain, presidente do sindicato rural, quem perde com isso é o produtor. "Quem tá pagando essa diferença em relação a essa perda de valor é o produtor. A alternativa da saída do produto aqui hoje Rondonópolis, o que dá uma volta de aproximadamete 700 quilômetros. Barra do Garças vive na expectativa de terminar essa obra que é a principal alternativa de saída hoje de Mato Grosso para Goiás".





Fonte: TV Centro América

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