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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sexta - 23 de Fevereiro de 2007 às 08:04
Por: keka Werneck

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Termina à zero hora do próximo domingo o horário de verão 2006/2007. Quando der meia-noite de sábado, brasileiros dos estados que aderiram à medida de redução de gastos, entre eles Mato Grosso, devem voltar os relógios para as 23 horas e com isso vão ganhar 1 hora. A mesma perdida no dia 5 de novembro. De lá para cá, foram 112 dias de contenção, o que resultou em uma economia de 0,50% no consumo de energia elétrica na Capital e no interior e de 5,81% em período de pico, das 17h30 às 20h30. Quantia que daria para abastecer por 4 meses uma cidade do tamanho da Chapada dos Guimarães, conforme a Rede Cemat. Na Grande Cuiabá, a população começa a se preparar para uma nova mudança na rotina. Alguns gostam; outros não.

“É bem melhor no horário de verão”, opina a servidora pública aposentada Sandra Macedo, de 46 anos, moradora do bairro Goiabeiras, em Cuiabá. “O dia rende mais, porque escurece mais tarde”.

Não é o que pensa o engraxate Rogério Rodrigues dos Santos, 22, que acorda às 6h30 todos os dias para ir trabalhar. Ele acha ruim levantar quando ainda está escuro. Da Cohab Cristo Rei, ele vai para o Centro da Capital, de ônibus, onde instala seus apetrechos. Os sapatos vão chegando e ele os fazendo brilhar. Como o crepúsculo custa a chegar, para ele, que é patrão de si mesmo, isso acaba significando mais trabalho. “Vou ficando”, diz o trabalhador, que encara dupla jornada: estuda à noite, supletivo, 6ª e 7ª série.

Tanto faz, mais uma hora, menos uma hora, para o auxiliar administrativo da prefeitura de Cuiabá, Clóvis Santana, 48 anos, do CPA IV. “Meu expediente é só à tarde mesmo”, resume.

Nenhum dos três, no entanto, sentiu, nestes quase 4 meses, qualquer redução na conta de luz. Clóvis Santana, que paga cerca de R$ 70, acha que, depois da privatização da concessionária de energia, a conta só fez subir e hoje, entre os serviços pelos quais paga, este é o mais caro. Mora com a mulher e a filha. Sandra aboliu ar-condicionado, mora sozinha e mesmo assim não paga menos que isso também. Assim como o engraxate Rogério, que vive com os pais.

O superintendente de Engenharia da Rede Cemat, José Adriano Mendes, explica que a redução é muito sensível, por isso, talvez imperceptível na conta e segue a tendência de 0,50% alcançada no período de racionamento. Neste período, como o cliente consumiu menos, a Rede Cemat deixou de arrecadar, mas quanto o superintendente disse não saber informar. “Não temos este valor ainda”. Perguntado se, mesmo mediante prejuízo, a Cemat apóia o horário de verão, diz que toda economia de energia é importante e que o grupo não desconsidera isso.

No caminho para a entrevista coletiva, concedida ontem pela Rede Cemat sobre o assunto às 14 horas, a reportagem flagrou duas lâmpadas da iluminação pública acesas. Sinal de falha nos fotos sensores. Mendes avalia que o desperdício causado pela falta de manutenção talvez seja pouco representativo diante de uma rede de distribuição de 50 mil quilômetros. Mas admite que equipamentos ultrapassados ou mal conservados são problema. Além disso, pontua velhas dicas para um melhor aproveitamento de energia em casa: a troca eventual das borrachas de geladeira e de lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes.

Com o horário de verão, o governo federal força a economia de energia elétrica e esta medida ganha força também nos apagões que traumatizaram o país no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. A medida, implementada por decreto presidencial em 13 de maio de 1942, foi retomada em 1999 e, mediante uma população alarmada, levou ao índice de 2,12% de economia. Este índice foi baixando ano a ano, chegando desta vez a 0,50%. Parece pouco, mas significa uma força para o sistema nacional, já que Mato Grosso, neste setor, tem sustentabilidade.




Fonte: Diário de Cuiabá

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