Tribunal de Justiça concede liberdade para seis traficantes
O pedido de habeas corpus foi aceito pelo desembargador Díocles de Figueiredo, que considerou que a prisão preventiva perdeu seu objetivo. Com isso, os traficantes responderão aos processos, em andamento nas Varas Criminais de Rondonópolis, em liberdade.
Os seis traficantes, que estavam detidos na Cadeia Pública, foram os últimos, entre os presos pela PF durante a Operação Overlord, a obter liberdade provisória. Os demais - advogados, delegados e agentes civis - deixaram a prisão ainda em 2006, após permanecerem detidos por pouco mais de dois meses.
A Operação Overlord foi resultado de mais de um ano de investigações sobre o tráfico de drogas realizadas pela PF em Rondonópolis. Deflagrada no dia 6 de outubro, 120 policiais federais cumpriram 24 mandados de prisões preventivas e 28 de busca e apreensão.
Entre os presos estavam quatro delegados da Polícia Civil – Anaíde Barros de Souza, Maurício Braga e Eduardo César Gomes da Silva e Antônio Moura Filho; oito policiais civis de Rondonópolis; e os advogados Mauro Márcio Dias Cunha, Marco Antônio Ribeiro, Anatalício Vilamaior e João Batista Borges Junior.
As investigações, segundo a PF, inicialmente, faziam parte do trabalho desenvolvido em relação ao tráfico de drogas, mas, logo no começo, ficou evidente a participação de delegados, advogados e policiais civis. Entre os indícios obtidos ao longo das apurações, estão escutas telefônicas que foram gravadas com autorização judicial.
Em relação aos traficantes presos durante a operação, o delegado Alex Sandro Biegas, que coordenou as investigações, explicou, um mês após as prisões, que a ação deflagrada pela PF resultou na prisão de importantes traficantes da cidade. De acordo com ele, os traficantes presos eram importantes, porque eram responsáveis pela movimentação de uma parte considerável de drogas em Rondonópolis.
Além disso, a PF afirmou que as investigações revelaram que os traficantes faziam parte de uma mesma organização e que negociavam, por meio da mediação dos advogados, com delegados e policiais civis, pagamentos de propina para liberação de bandidos presos e adulterações de inquéritos policiais.
Comentários