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Internacional
Quinta - 22 de Fevereiro de 2007 às 22:13

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O investigador independente enviado pela Organização das Nações Unidas (ONU), John Dugard, comparou atividades de Israel na Cisjordânia e em Gaza ao apartheid da África do Sul - uma acusação que provocou iradas reações do Estado judeu. Dugard, investigador do conflito israelense-palestino para a Comissão de Direitos Humanos da ONU, apresentará na próxima sessão do órgão um relatório sobre suas conclusões, mas o estudo já foi divulgado no site da comissão. Nele, Dugard, um advogado sul-africano que lutou contra o regime racista em seu país na década de 1980, afirma que "leis e práticas de Israel nos (territórios palestinos) certamente lembram aspectos do apartheid."

O relatório de 24 páginas cataloga várias acusações contra o Estado judeu, como restrições aos movimentos dos palestinos, demolição de casas e tratamento especial dado a colonos judeus na Cisjordânia. "Pode ser negado com seriedade que o objetivo de tais ações é estabelecer e manter a dominação de um grupo racial - judeus - sobre outro grupo racial - palestinos - e sistematicamente oprimi-los?", questionou.

O embaixador de Israel em Genebra criticou Dugard por dirigir seus ataques apenas contra o Estado judeu. "Qualquer conclusão que ele possa extrair é portanto fundamentalmente injusta e intencionalmente tendenciosa", disse Yitzhak Levanon. O relatório será apresentado no mês que vem na primeira sessão do ano do conselho composto por 47 nações. No relatório, Dugard acusa Israel de "terrorismo" ao fazer caças F-16 sobrevoarem áreas residenciais palestinas de forma a provocar um boom sônico. Na Cisjordânia, "moradores vivem em constante medo do terrorismo dos colonos".

O investigador diz ser "grosseiramente incorreto" afirmar que a remoção por Israel em 2005 de colonos e soldados de Gaza significou o fim da ocupação do território, capturado do Egito na guerra de 1967. "Israel mantém o controle do espaço aéreo, do mar territorial, das fronteiras externas e dos cruzamentos de fronteira", escreveu. "Gaza tornou-se um território selado, aprisionado e ocupado". Crimes de guerra têm sido cometidos pelos dois lados. "Isso se aplica aos palestinos disparando foguetes Qassam contra Israel; e muito mais a membros do Exército israelense que têm cometido tais crimes numa escala muito maior", acrescentou.





Fonte: AE

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