Esquerda mexicana apresenta queixa-crime contra Fox
"Perdi", disse Fox em Washington, se referindo à decisão de promotores em 2005 de abandonar acusações de abuso de autoridade contra López Obrador, então prefeito da Cidade do México, num caso envolvendo a disputa de um terreno. Se o então prefeito fosse formalmente acusado, ele seria impedido de disputar a presidência. "Então, eu me retirei", continuou Fox. "Paguei o preço político. Mas 18 meses depois eu venci. No dia da eleição, o candidato do meu partido ganhou".
Fox, que deixou o cargo em 1º de dezembro, sempre garantiu que o caso contra Lopez Obrador não era uma questão política ou pessoal, mas apenas legal. Ele também nega ter dado apoio ilegal a Calderón na eleição de 2 de julho, que o candidato governista ganhou por estreita margem e que Lopez Obrador afirma ter sido fraudada. O PRD acusa a administração Fox de ter apoiado Calderón com comentários públicos por parte do presidente, propaganda do governo na tevê, e de outras formas.
"Pensava que o senhor Fox era apenas um criminoso eleitoral, mas agora descobre-se que ele é um criminoso comum", disse Javier Gonzalez, líder do PRD na Câmara baixa do Congresso, ao anunciar a ação legal, entregue hoje a procuradores federais que decidirão se investigam a acusação, se indiciam Fox ou se rejeitam o caso. A lei mexicana proíbe que o presidente e outras autoridades usem o cargo público para apoiar ou se opor a candidatos. A legislação foi aprovada em reação aos 71 anos ininterruptos de domínio político do Partido Revolucionário Institucional (PRI), através do qual os presidentes no cargo simplesmente escolhiam seus sucessores.
Depois das eleições do ano passado, López Obrador liderou várias manifestações de rua em prol de uma recontagem total dos votos, mas o apelo foi negado pelas cortes eleitorais. O PRD ainda se recusa a reconhecer a autoridade de Calderón e López Obrador se auto-intitulou presidente legítimo do México.
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