Jornalistas libaneses terão que pagar multa por "difamarem" presidente

O diretor do jornal libanês "Al Mustaqbal", Tawfiq Khattab, e o jornalista Zahi Wehbe terão que pagar uma multa de 50 milhões de libras libanesas (US$ 33 mil) por "difamarem" o presidente Émile Lahoud.

Um tribunal emitiu este veredicto por causa de um artigo intitulado "Vossa excelência, o assassino", publicado dias após o assassinato do jornalista Samir Kassir, em 2 de junho de 2005, em um atentado com carro-bomba em Beirute.

Os jornalistas têm o direito de apelar do veredicto.

O advogado de Wehbe, Fouad Chbajo, afirmou que o termo "Vossa excelência" não aludia ao presidente, já que este título é usado para falar de altos dirigentes, desde que foi publicado um decreto que proíbe designá-los com títulos pomposos.

O periódico "Al Mustaqbal" pertence à família do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, assassinado em fevereiro de 2005 em um atentado com carro-bomba, atribuído por alguns ao regime sírio do qual Émile Lahoud (cristão) é simpatizante.

A autoria do assassinato de Hariri foi reivindicada na época por um grupo islâmico xiita desconhecido até então. Além disso, alguns acreditam que o serviço secreto de Israel possa estar envolvido com o caso, já que - ao acusar a Síria - o regime de Damasco teve que retirar seus soldados do Líbano, o que permitiu a invasão israelense em meados de 2006.