Uma pessoa morre a cada 25 horas na Grande Cuiabá
Desde a sexta-feira de Carnaval até esta quarta-feira de Cinzas, três pessoas foram assassinadas em Cuiabá. Várzea Grande não teve assassinatos neste período. No ano passado houve dois assassinatos em Cuiabá, e um outro em VG.
De acordo com a chefe de Operações da DHPP, Aparecida Behner os crimes em geral foram relacionados à rixa entre gangues, envolvimento com drogas, acerto de contas e brigas em bares. Números da DHPP revelam ainda que 80% dos casos de fevereiro foram solucionados. Dos 20 registrados, 16 tiveram autorias identificadas.
A último crime aconteceu na terça-feira (20) no bairro Planalto. Cléberson Ferreira de Oliveira (23) foi assassinado com quatro tiros durante a madrugada. Segundo informações da Polícia Civil, o assassinato foi uma execução. O delegado Henrique Meneguello disse que o assassino foi até o local para matar a vítima.
Ainda segundo o delegado, Cléberson havia saído há um mês do presídio Carumbé, onde ficou preso por tráfico de drogas. A vítima, atingida no queixo, pescoço e abdômen, estava em um bar no momento do crime. O assassino fugiu em uma moto.
Escalada da violência
A polícia registrou 40 assassinatos no mês de janeiro na Grande Cuiabá, uma média de dois homicídios a cada 36 horas. A violência que se espalha por Cuiabá e Várzea Grande parece cada vez mais incontrolável, gera o sofrimento de famílias, traz insegurança e especialistas alertam que o número de mortes pode ficar maior ainda se nada for feito.
Três mortes a cada dois dias fizeram do mês de janeiro o mais violento da história no Estado. Em janeiro do ano passado, 14 pessoas foram assassinadas em Cuiabá e Várzea Grande. O aumento deste tipo de crime em janeiro deste ano com relação a 2006 foi de 278%.
Violência
A assistente social Vera Bertolini, do Núcleo Interinstitucional de Estudo da Violência e Cidadania, alerta para a possibilidade de aumento da violência. Os estudos dela apontam vários motivos para tanta brutalidade. "Hoje nós convivemos com práticas arbitrárias que são da tradição, da cultura do povo brasileiro, onde o senhor de escravo podia assassinar o escravo, onde o latifundiário podia prender os seus peões e não acontecia nada", diz Bertolini.
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