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Internacional
Quarta - 21 de Fevereiro de 2007 às 15:14

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O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, anunciou nesta quarta-feira que vai retirar 1,6 mil soldados do Iraque nos próximos meses.

“A redução das tropas será dos atuais 7,1 mil – que já foram reduzidos de nove mil há dois anos e 40 mil durante a guerra – para cerca de 5,5 mil”, disse Blair ao Parlamento em Londres.

“A presença militar da Grã-Bretanha (no Iraque) irá continuar durante 2008, pelo tempo em que nos quiserem e tivermos um trabalho a fazer.”

Segundo Blair, as tropas que continuarem na região da cidade de Basra, no sul do Iraque, vão “treinar e dar apoio às forças iraquianas, manter a segurança na fronteira Irã-Iraque, manter a segurança nas rotas de passagem de suprimentos e, acima de tudo, (ter) a habilidade de realizar operações contra grupos extremistas e estar lá para ajudar o Exército iraquiano quando forem chamadas”.

A maioria dos soldados britânicos ficará estacionada na base aérea de Basra. Apenas alguns soldados continuarão no Palácio de Basra até que as forças iraquianas consigam controlar o local.

“Com o tempo, nós conseguiremos reduzir ainda mais, possivelmente para menos de cinco mil, depois que o Palácio de Basra for transferido para os iraquianos no fim do verão (no hemisfério norte)”, disse Blair.

O premiê disse que a redução no número de soldados não irá significar “uma diminuição em nossa capacidade de combate”.

Irã e Síria

Blair disse que a postura da Síria em relação ao Iraque é “ambígua” e pediu que o país, junto com o Irã, colabore com os esforços internacionais pela paz e pela democratização no Oriente Médio.

A ideologia venenosa que surgiu após o 11 de Setembro tem lá (no Oriente Médio) suas raízes e lá é ainda alimentada e apoiada. Ela escolheu o Iraque como campo de batalha. Derrotá-la é essencial. Tony Blair

“Ambos os países, embora muito diferentes, têm uma escolha clara”, afirmou. “Trabalhar com a comunidade internacional ou desafiá-la. Eles podem dar apoio à paz na Palestina, à democracia no Líbano, ao governo eleito no Iraque.”

“Ou eles podem sabotar cada possibilidade de progresso, se unindo aos piores e mais violentos elementos, e nesse caso se tornarão cada vez mais isolados politicamente e economicamente”, disse Blair.

“A ideologia venenosa que surgiu após o 11 de Setembro tem lá (no Oriente Médio) suas raízes e lá é ainda alimentada e apoiada.”

E completou: “Ela escolheu o Iraque como campo de batalha. Derrotá-la é essencial. Essencial para o Iraque, mas também essencial para nós aqui em nosso próprio país”.

Estados Unidos

O anúncio de retirada de tropas foi feito por Blair no momento em que os Estados Unidos estão enviando mais 21,5 mil soldados para o Iraque.

Um porta-voz da Casa Branca disse que o presidente americano, George W. Bush, e Blair discutiram os planos britânicos na terça-feira.

De acordo com o porta-voz, Gordon Johndroe, “os Estados Unidos dividem (com os britânicos) o mesmo objetivo de devolver a responsabilidade (pela segurança) às forças de segurança iraquianas e reduzir o número de soldados americanos no Iraque”.

Por sua vez, a Secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse que a decisão britânica não significa que a coalizão militar liderada pelos Estados Unidos no Iraque está se desfazendo.

Rice disse que a decisão britânica faz parte do plano para que os iraquianos assumam mais responsabilidade pelo combate à violência no país.

Dinamarca

Até agora, 132 membros das Forças Armadas britânicas já morreram no Iraque.

Também nesta quarta-feira, o primeiro-ministro da Dinamarca, Anders Fogh Rasmussen, havia anunciado que vai retirar todos os seus 460 militares do Iraque em agosto.

A maioria das tropas dinamarquesas está estacionada em Basra, sob o comando dos britânicos.

Seis soldados dinamarqueses foram mortos no Iraque desde o início da guerra.





Fonte: BBC Brasil

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