Sem oposição organizada, Executivo não enfrenta dificuldades
À época, o projeto recebeu 11 votos favoráveis e apenas um contrário, o do então vereador Mohamed Zaher (PSD), que agora, ocupa o cargo de secretário municipal de Receita. A justificativa para o aumento foi o crescimento populacional da cidade, que hoje já tem cerca de 200 mil habitantes, portanto, de acordo com a Constituição Federal, pode ter 21 vereadores.
A mudança rendeu eleições acirradas para vereador na cidade, no ano passado, quando disputaram uma vaga na Câmara quase 300 candidatos, um número recorde. Entretanto, por enquanto, o aumento da quantidade de vereadores não tem surtido muito efeito para a população e, para alguns veteranos, o Legislativo está muito desorganizado.
Para o vereador Lourisvaldo Manoel de Oliveira (PMDB), o Fulô, que já está no sexto mandato – ele foi eleito pela primeira vez em 1992 e foi presidente da Câmara entre 2003 e 2004 - alguns vereadores ainda não acordaram para o trabalho desenvolvido pela Câmara Municipal e por isso, estaria havendo desordem na casa. “Eu acho que essa vai ser uma das piores legislaturas que já tivemos”, reclamou e acrescentou “Alguns vereadores nem sabem o que fazer, os projetos tem chegado em cima da hora, ninguém sabe do se trata, está uma bagunça”, relatou.
Fulô reclama também da falta de uma oposição definida em relação ao Governo Municipal. “No início dessa nova legislatura, ficou combinado que, findadas as eleições, a intenção era dar governabilidade ao prefeito. Mas isso não quer dizer ser a favor de tudo o que é feito pelo Poder Executivo. Temos que nos posicionar, vários assuntos polêmicos estão começando a aparecer”, disse.
Hoje, a bancada do PMDB é a maior da Câmara, sendo composta por cinco parlamentares. Nas eleições, o PMDB estava do lado oposto ao atual governo, já que o partido apoiou – inclusive com a vice Valéria Bevilacqua - a candidatura de Ananias Filho (PR), que acabou perdendo as eleições.
Para os menos polêmicos do partido, como o vereador Adonias Fernandes (PMDB), a iniciativa do prefeito no início da legislatura foi essencial para que a oposição fosse desmembrada. “O prefeito nos procurou e pediu apoio dos cinco vereadores que hoje compõe a bancada do nosso partido na Câmara. O que nós queremos é contribuir para com o governo. Enquanto o prefeito estiver fazendo um bom trabalho, não vamos interferir, a final, temos que contribuir para o bem da população. A oposição foi somente mesmo durante as eleições”, declarou.
O ponto de vista de quem estava ao lado do prefeito Percival Muniz (PPS) durante às eleições, como já era de se esperar, é totalmente favorável. O vereador Rodrigo Lugli do PSDB, partido do vice-prefeito Rogério Salles, disse que as oposições se desfizeram assim que o novo governo assumiu. “Não há porque fazer oposição, por isso, hoje, a prefeitura tem total apoio da Casa”, defende.
O líder do Governo na Câmara, vereador Aristóteles Cadidé (PDT) , também admitiu que hoje não há oposição ou situação na casa. “A Câmara está trabalhando pelo município, independente do partido de cada um. Isso é de extrema importância para a sociedade”, explica.
Cadidé disse ainda que o papel dele, como líder de Governo na Casa, tem sido promover um elo entre o Executivo e o Legislativo e estabelecer diálogo. “Por enquanto, essa unanimidade está sendo positiva. Até na eleição da Mesa Diretora, todos os vereadores estavam de acordo. Estamos fazendo um trabalho igualitário. Mas claro que nada impede que essa situação venha a mudar. Porém, acredito que pelo menos nos próximos seis meses deve continuar assim”, concluiu.
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