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Pais de João Hélio pedem segurança no subúrbio
Atentos às homenagens prestadas ao filho, João Hélio, morto no dia 7 em trágico episódio, Rosa Cristina e Elson Vieites pedem que a mobilização não fique só no discurso. Ainda abalados e cogitando deixar a cidade, insistem na mudança das leis.
A história do João Hélio não foi esquecida durante o Carnaval. Os senhores acompanharam as manifestações? Rosa Cristina: Sim, acho que a sociedade não esqueceu. Acho que todo mundo espera algum ato concreto por parte das autoridades para que acarrete mudanças, uma vez que vai haver uma votação no próximo dia 28. É importante que tudo isso seja revisto.
Elson Vieites: Existe o convite para ir até Brasília, sim, mas não há certeza, porque queremos ir no momento certo, e não no momento em que pode haver interesses pessoais por parte de alguns políticos, e que possam estar apenas visando benefícios particulares.
O descaso das autoridades ainda é grande? Rosa: Ainda é muito grande por parte dos políticos, até das autoridades. Eu acho que não tem consciência, nem dos governantes nem das autoridades. Também existe falta de investimentos do próprio governo.
Elson: Inclusive, até a sociedade, na verdade, está sendo enganada. Colocar no dia seguinte uma viatura totalmente fora de serviço no local, sem opção de equipamento? Na perseguição em caso semelhante ao do nosso filho, como a polícia poderia reagir? A sociedade está sendo mais uma vez ludibriada. E as autoridades, no momento em que ocorreu esse fato trágico com nosso filho, se mantiveram do nosso lado, se prontificaram. Mas aí você vê que continua tudo da mesma maneira, nada mudou ainda.
Sobre redução da maioridade penal, houve outro assalto anteontem, praticado por menores, com 12 e 13 anos, que deixou uma pessoa baleada. Rosa: Eles têm consciência de que não vão ser penalizados, então, se envolvem na criminalidade muito facilmente. Muitas vezes são usados até como bucha, no caso de quadrilhas.
Elson: No próprio Código Penal de 1940 não houve atualização. O biotipo de um rapaz de 16 anos é outro. Tudo mudou. Infelizmente, não houve essa atualização.
Vocês acreditam na redução da maioridade penal? Batem nessa tecla? Rosa: Gostaríamos que todos fossem punidos, maiores e menores. Integralmente, em regime fechado.
Elson: A progressão de pena também tem que ser revista.
Pelo pouco que saem de casa, vêem policiamento?
Elson: A gente sabe também que tem problemas da infra-estrutura, de segurança e que não acontece o policiamento ostensivo. Desde o que aconteceu, a gente sai na rua e continua a ver falta de policiamento. E também tem a parte da educação. Mas esse problema, não é que seja primário. Contudo, no momento, tem que defender o que já existe.
Rosa: Mas tem que combater também a conseqüência. Ele (o governo) é ausente em tudo. Ausente na educação, na saúde, na segurança, em tudo. A zona norte, o subúrbio não têm policiamento. Tem que haver investimento maciço na segurança. Nesse investimento, é preciso levar também segurança à zona norte, ao subúrbio, e não focalizar tudo na área de elite, tipo zona sul ou, por exemplo, no sambódromo, onde estão os turistas.
Vocês vão se mudar? Rosa: Já estávamos pensando nisso, porque compramos uma casa. Mas não tem nada de concreto ainda. Estamos muito abalados. Até a saída do Rio já passou pela nossa cabeça. Quem sabe, o interior, mais pacato.
Série de homenagens Pais de João Hélio: ¿Devem olhar para a Zona Norte O Carnaval 2007 não ficou marcado só pela alegria. Houve tempo para reflexão sobre a tragédia do menino João Hélio, de 6 anos, e a violência. Escolas de samba, blocos e foliões em todo o País chamaram a atenção para o tema.
No domingo de Carnaval, o Empolga às 9 fez um minuto de silêncio, em luto. Faixas pedindo paz foram abertas. No início do desfile, sábado, o Cordão do Bola Preta demonstrou solidariedade à família.
As escolas de samba não ficaram atrás. Na Mocidade, a musa Thatiana Pagung e a rainha da bateria Janaína Barbosa ergueram faixa em homenagem ao menino. Já a comissão de frente da Mangueira exibiu letras com a mensagem ¿Paz João¿. Outras escolas, como a Estácio de Sá, fizeram um minuto de silêncio. Beija-Flor e São Clemente exibiram faixas pedindo a paz.
Na Bahia, Carla Perez chorou ao lado de cartaz com a foto do garoto, leu manifesto e trechos da Bíblia. A vocalista da banda Cheiro de Amor, Alline Rosa (era namorada de Rodrigo Neto, dos Detonautas, assassinado no Rio) uniu-se a Tico Santa Cruz, líder dos Detonautas, em outra homenagem a João Hélio.
A história do João Hélio não foi esquecida durante o Carnaval. Os senhores acompanharam as manifestações? Rosa Cristina: Sim, acho que a sociedade não esqueceu. Acho que todo mundo espera algum ato concreto por parte das autoridades para que acarrete mudanças, uma vez que vai haver uma votação no próximo dia 28. É importante que tudo isso seja revisto.
Elson Vieites: Existe o convite para ir até Brasília, sim, mas não há certeza, porque queremos ir no momento certo, e não no momento em que pode haver interesses pessoais por parte de alguns políticos, e que possam estar apenas visando benefícios particulares.
O descaso das autoridades ainda é grande? Rosa: Ainda é muito grande por parte dos políticos, até das autoridades. Eu acho que não tem consciência, nem dos governantes nem das autoridades. Também existe falta de investimentos do próprio governo.
Elson: Inclusive, até a sociedade, na verdade, está sendo enganada. Colocar no dia seguinte uma viatura totalmente fora de serviço no local, sem opção de equipamento? Na perseguição em caso semelhante ao do nosso filho, como a polícia poderia reagir? A sociedade está sendo mais uma vez ludibriada. E as autoridades, no momento em que ocorreu esse fato trágico com nosso filho, se mantiveram do nosso lado, se prontificaram. Mas aí você vê que continua tudo da mesma maneira, nada mudou ainda.
Sobre redução da maioridade penal, houve outro assalto anteontem, praticado por menores, com 12 e 13 anos, que deixou uma pessoa baleada. Rosa: Eles têm consciência de que não vão ser penalizados, então, se envolvem na criminalidade muito facilmente. Muitas vezes são usados até como bucha, no caso de quadrilhas.
Elson: No próprio Código Penal de 1940 não houve atualização. O biotipo de um rapaz de 16 anos é outro. Tudo mudou. Infelizmente, não houve essa atualização.
Vocês acreditam na redução da maioridade penal? Batem nessa tecla? Rosa: Gostaríamos que todos fossem punidos, maiores e menores. Integralmente, em regime fechado.
Elson: A progressão de pena também tem que ser revista.
Pelo pouco que saem de casa, vêem policiamento?
Elson: A gente sabe também que tem problemas da infra-estrutura, de segurança e que não acontece o policiamento ostensivo. Desde o que aconteceu, a gente sai na rua e continua a ver falta de policiamento. E também tem a parte da educação. Mas esse problema, não é que seja primário. Contudo, no momento, tem que defender o que já existe.
Rosa: Mas tem que combater também a conseqüência. Ele (o governo) é ausente em tudo. Ausente na educação, na saúde, na segurança, em tudo. A zona norte, o subúrbio não têm policiamento. Tem que haver investimento maciço na segurança. Nesse investimento, é preciso levar também segurança à zona norte, ao subúrbio, e não focalizar tudo na área de elite, tipo zona sul ou, por exemplo, no sambódromo, onde estão os turistas.
Vocês vão se mudar? Rosa: Já estávamos pensando nisso, porque compramos uma casa. Mas não tem nada de concreto ainda. Estamos muito abalados. Até a saída do Rio já passou pela nossa cabeça. Quem sabe, o interior, mais pacato.
Série de homenagens Pais de João Hélio: ¿Devem olhar para a Zona Norte O Carnaval 2007 não ficou marcado só pela alegria. Houve tempo para reflexão sobre a tragédia do menino João Hélio, de 6 anos, e a violência. Escolas de samba, blocos e foliões em todo o País chamaram a atenção para o tema.
No domingo de Carnaval, o Empolga às 9 fez um minuto de silêncio, em luto. Faixas pedindo paz foram abertas. No início do desfile, sábado, o Cordão do Bola Preta demonstrou solidariedade à família.
As escolas de samba não ficaram atrás. Na Mocidade, a musa Thatiana Pagung e a rainha da bateria Janaína Barbosa ergueram faixa em homenagem ao menino. Já a comissão de frente da Mangueira exibiu letras com a mensagem ¿Paz João¿. Outras escolas, como a Estácio de Sá, fizeram um minuto de silêncio. Beija-Flor e São Clemente exibiram faixas pedindo a paz.
Na Bahia, Carla Perez chorou ao lado de cartaz com a foto do garoto, leu manifesto e trechos da Bíblia. A vocalista da banda Cheiro de Amor, Alline Rosa (era namorada de Rodrigo Neto, dos Detonautas, assassinado no Rio) uniu-se a Tico Santa Cruz, líder dos Detonautas, em outra homenagem a João Hélio.
Fonte:
O Dia On Line
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/240915/visualizar/
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