Vítima de atentado político encaminha carta a Lula
Lovecchio, beneficiado pela lei 10.923/2004, que leva o seu nome, passou a receber R$ 500,00 mensais a título de indenização. Ele considera a quantia pequena diante da gravidade e das circunstâncias que envolveram o acidente. No documento encaminhado a Lula, ele pede equiparação da indenização aos valores concedidos a 14.800 anistiados políticos do País. Depois de argumentar que, em alguns casos, a indenização chega a R$ 20 mil, Lovecchio citou como exemplo o jornalista e escritor Carlos Heitor Cony, que de acordo com ele estaria recebendo pouco mais de R$ 19 mil por mês, por ter sofrido perseguição política no regime militar.
"Não sou advogado, mas sei que legalmente o causador de um dano não pode receber benefício maior do que uma vítima", disse Lovecchio, argumentando que, no embate entre o regime militar e opositores, não estava em nenhum dos lados. Lovecchio foi ferido na madrugada de 19 de março de 1968, em São Paulo, após deixar seu carro no estacionamento do Conjunto Nacional, onde funcionava o Consulado dos Estados Unidos. Ele foi atingido por uma bomba, lançada contra o Consulado.
Essa não é a primeira vez em que ele encaminha a reivindicação ao governo. Em junho de 2005, o empresário encaminhou carta de igual teor ao presidente da República e a divulgou na internet. O recebimento do documento foi registrado pelo titular da diretoria de Documentação Histórica do governo, Cláudio Soares Rocha, que informou ter enviado a carta ao Ministério da Justiça pelo ofício COR/GP/PR 124/2007.
Ontem, o aposentado José Gomes Jordão, ex-Varig, teve o mesmo procedimento de Lovecchio e entregou pela segunda vez uma carta a Lula, reivindicando a suspensão da redução dos valores dos benefícios pagos aos participantes do fundo de pensão Aerus.
O presidente Lula, que não fez nenhuma aparição pública desde que chegou ao Forte dos Andradas, na manhã de sábado, deve retomar a agenda presidencial a partir das 14 horas de amanhã, no Palácio do Planalto, quando despacha com o ministro das Cidades, Marcio Fortes, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro da Defesa, Waldir Pires.
Até o momento, não há informação oficial sobre o horário da viagem de retorno do presidente a Brasília.
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