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Internacional
Segunda - 19 de Fevereiro de 2007 às 17:18

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A ministra das Relações Exteriores da Colômbia, María Consuelo Araújo, renunciou nesta segunda-feira após a detenção de seu irmão Álvaro Araújo, um dos oito congressistas presos por ligações com a organização paramilitar Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC).

A renúncia da chanceler vinha sendo cobrada por setores públicos desde a prisão de seus irmão, na última sexta-feira (16), acusado de de ter ligações com paramilitares.

A medida judicial contra o irmão da chanceler somou-se a um pedido feito pela Corte Suprema de Justiça à promotoria, para que o pai dos dois --o ex-ministro da Agricultura e ex-senador Álvaro Araújo Noguera-- seja investigado por acusações similares e por sua suposta participação em um seqüestro.

O presidente da Sala Penal do Alto Tribunal, Alfredo Gómez Quintero, enviou à promotoria o pedido que atinge o ex-ministro.

Seqüestro

De acordo com a solicitação, Araújo Noguera teria participado do seqüestro do ex-candidato ao governo do departamento de Cesar (Norte), Víctor Ochoa Daza, em 2002.

A Corte também solicitou à Promotoria que investigue o atual governador de Cesar, Hernando Molina --sobrinho de Araújo Noguera e filho da ex-ministra de Cultura Consuelo Araújo Noguera, que morreu assassinada--, pelos mesmos crimes.

Sete congressistas foram detidos no caso da "parapolítica", três deles em novembro de 2006. Há ainda um outro, que não está na Colômbia.

Além de Araújo Castro, também foram atingidos pela medida judicial Dieb Maloof, Luis Eduardo Vives, Alfonso Campo Escobar, Mauricio Pimiento e Jorge Luis Caballero [representante da Câmara], que está fora do país.

Os congressistas Jairo Enrique Merlano, Álvaro García Romero e Erik Morris já estão presos desde novembro.

Regiões

Os parlamentares presos pelo Corpo Técnico de Pesquisas da promotoria (CTI), e que se entregaram voluntariamente na mesma quinta-feira, dois deles em Santa Marta (norte), estão concentrados na sede do órgão acusador em Bogotá.

Fontes judiciais indicaram que em breve poderão se tornar detentos do presídio "La Picota", na capital colombiana.

Os políticos envolvidos são do norte e nordeste do país, e pertencem a partidos que apóiam o presidente Álvaro Uribe.

Em junho de 2005, a ex-parlamentar Clara López Obregón denunciou as supostas ligações de congressistas com a organização das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC, esquadrões da extrema direita armada).

Por sua vez, o senador Gustavo Petro, do Pólo Democrático Alternativo (PDA), convocou, denunciou e apresentou --em famosos debates na sede parlamentar-- documentos e depoimentos que envolviam colegas políticos. Apreensão

A apreensão em meados de 2006 de um computador pessoal do chefe paramilitar Rodrigo Tovar Pupo, conhecido como "Jorge 40", que atuava no litoral caribenho, foi um dos detonadores do escândalo.

O computador continha vários documentos comprometedores.

Salvatore Mancuso, um dos principais líderes das AUC, atualmente desmobilizado e detido, declarou em entrevista, há pouco mais de dois anos, que sua organização tinha "35%" das cadeiras do Congresso colombiano.

As AUC, cujos esquadrões são considerados responsáveis pelos piores massacres e crimes seletivos na Colômbia nas duas últimas décadas, começaram a negociar com o Governo de Uribe em julho de 2003, e de novembro desse ano até abril de 2006, cerca de 31 mil paramilitares foram desmobilizados.





Fonte: Folha Online

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