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Segunda - 19 de Fevereiro de 2007 às 10:16

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O objetivo do Comitê Olímpico Brasileiro para o Pan-Americano do Rio de Janeiro é claro: figurar em terceiro lugar no quadro de medalhas.

O plano já está traçado desde a última edição dos Jogos. Só que o maior rival do Brasil não está nem aí para a disputa.

Para o Canadá, mais do que provar a força do país nas Américas, o Pan é a chance de testar atletas e obter vagas na Olimpíada de Pequim-2008. Não há disputa paralela nem medo de perder a terceira colocação.

"Em respeito aos canadenses, não fazemos previsão de quantas medalhas vamos ganhar ou em que posição terminaremos. Nossa meta é preparar e classificar nossos atletas para os Jogos Olímpicos", disse à reportagem Alex Gardiner, diretor de alto rendimento do COC (Comitê Olímpico do Canadá).

Com essa meta, a delegação deve enviar seus principais competidores só para as modalidades que valem classificação direta ou acumulam pontos na disputa pelas vagas em Pequim --no total, 13 eventos.

"A Olimpíada é o objetivo número um. Não vamos forçar atletas a irem ao Rio se eles sentirem que terão sua preparação prejudicada", diz Anne Merklinger, diretora-geral da confederação de canoagem, uma das forças do país.

A maioria dos canadenses que não tem o Pan como porta para os Jogos na China ficará livre para eleger suas prioridades durante a temporada.

Em alguns casos, até o calendário inviabilizará a viagem ao Rio. Na natação, por exemplo, o Canadá levará sua equipe B, com obrigatoriamente um terço de atletas da seleção júnior.

Os nadadores convocados para o Mundial de Melbourne, em março, nem sequer poderão participar da seletiva porque já estarão na Austrália.

"O Canadá valoriza o Pan, mas não é nem de longe a importância dada a Olimpíadas e Mundiais. O Pan é mais uma das formas de testar a equipe", explica Marles Martins, brasileiro, que é técnico da seleção canadense de tênis de mesa.

Cenário bem diferente do brasileiro, em que as confederações e o comitê olímpico se esforçam para ter os melhores em todas as provas no Pan.

Na história dos Jogos, o Canadá ocupa o terceiro posto no quadro de medalhas, atrás de EUA e Cuba. Os brasileiros aparecem na quinta colocação, superados pela Argentina.

A possibilidade de o país ser superado na disputa pelo terceiro lugar no Pan do Rio, que será realizado de 13 a 29 de julho, já era praticamente dada como certa pelos dirigentes canadenses desde os Jogos realizados em Santo Domingo.

Na edição de 2003, por pouco o Canadá não caiu para a quarta posição na classificação geral --abocanhou apenas um primeiro lugar a mais (29 a 28).

Por causa de uma série de casos de doping, mais tarde os brasileiros herdaram outro ouro e o desempate foi decidido pelas medalhas de prata.

Ao contrário do que fez em casa, nos Jogos de Winnipeg-1999, o Canadá não levou força máxima ao Caribe.

Pelas contas do comitê local, mais de 80% dos atletas eram revelações que usaram a disputa dos Jogos para amadurecer.

A delegação canadense contava com 440 atletas. A previsão para o Rio é de 500.

"No Rio, dificilmente teremos chance de ficar em terceiro. Até porque novamente não iremos com força máxima", afirmou à época Chris Rudge, secretário-geral do COC.





Fonte: Folha de S. Paulo

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