Ministério de Marta traz disputa ao PT-SP
Nos bastidores, dois nomes já estão cotados para a vaga "natural" da ex-prefeita, que governou entre 2001 e 2004, até ser derrotada pelo tucano José Serra: Arlindo Chinaglia, fortalecido pela vitória na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, e Jilmar Tatto, deputado federal e ex-secretário dos Transportes da capital paulista.
No entorno de Marta, poucos são os que acreditam que ela deixará de concorrer em 2008, ainda que o Planalto assim queira. Os partidários da tese avaliam que a ex-prefeita aparecerá em alta nas pesquisas e será empurrada pelo partido para a disputa eleitoral.
No entanto, todos reconhecem que Marta pode vislumbrar a eleição de 2010, quando ela poderá se candidatar ao governo de São Paulo ou até mesmo à Presidência.
Nesse caso, o partido terá que iniciar de imediato as discussões sobre um nome viável para concorrer à Prefeitura.
"Ela [Marta] é o principal nome para disputar e ganhar a eleição. Mas vamos fazer um amplo processo de discussão para encontrar uma boa alternativa se ela, por uma razão ou outra, não concorrer", disse Paulo Fiorilo, presidente do Diretório Municipal do PT.
Nas conversas preliminares, Chinaglia é apontado como o nome mais forte atualmente, seguido de perto por Tatto, que teria como principal trunfo o apoio da ex-prefeita. Ela e a família do deputado controlam com folga o Diretório Municipal do PT paulistano.
"Neste momento, minha única preocupação é apoiar o governo do presidente Lula e fazer um bom mandato. Mais à frente, vamos avaliar", disse Tatto. Procurado pela Folha, Chinaglia não quis se pronunciar sobre o tema.
Sempre lembrados
Na lista de possíveis candidatos pelo PT estão ainda os senadores Eduardo Suplicy e Aloizio Mercadante, além de Rui Falcão, deputado estadual, e dos deputados federais José Eduardo Martins Cardoso e Paulo Teixeira.
Os dois senadores têm a seu favor o "recall" das pesquisas, já que concorreram em 2006, mas encontram ampla resistência entre os "martistas" do Diretório Municipal. Falcão corre na mesma raia de Tatto e dependeria de um aval da ex-prefeita de São Paulo para se candidatar. Os deputados federais aparecem como "azarões" no processo.
Já Chinaglia tentará repetir a fórmula consagrada pela vitória na Câmara: unir Marta Suplicy, José Dirceu, Antonio Palocci e João Paulo Cunha, principais líderes do partido em São Paulo, na sua candidatura.
"Chinaglia dialoga bem conosco. Mas ninguém será candidato em São Paulo se não passar por um amplo processo de debates, como é tradição no PT", disse o vereador João Antônio, secretário-geral do partido no Estado.
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