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Economia
Segunda - 19 de Fevereiro de 2007 às 05:41
Por: Nilson Brandão Júnior

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A diferença entre a remuneração dos trabalhadores com registro em carteira e os informais (não registrados) diminuiu dos 198% verificados em 1993 para 117% em 2005. O dado faz parte de um levantamento feito pelo economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Lauro Ramos.

O estudo sobre a evolução do mercado de trabalho desde a década passada mostra ainda que entre 1998 e 2005 a queda do rendimento do trabalhador nas regiões metropolitanas foi de 11%, bem acima da registrada no chamado Brasil não metropolitano (-5%).

A distância atual entre os salários dos trabalhadores protegidos (R$ 890,40) e sem carteira (R$ 409,50) ainda é grande mas caiu desde a década passada. Em 1993, o valor médio recebido pelos empregados com carteira era o triplo da média no mercado informal. Em 2005, representava o dobro.

O autor do estudo considera o resultado surpreendente e afirma que a redução dessa disparidade representa "uma coisa boa". Mas pondera que há um "efeito estatístico".

Na prática, aumentou a formalização no mercado de trabalho no período. Mas isso se deu por meio da entrada de trabalhadores informais com salários mais baixos, o que freou o crescimento da média salarial dos trabalhadores protegidos.

Artificialismo - "A assinatura de carteira se concentrou nos trabalhadores informais com baixo rendimento, produzindo um efeito de composição, que leva para baixo a média dos ganhos dos empregados protegidos por lei", explica Ramos.

Ramos pondera que o bom é reduzir a informalidade sem mecanismos artificiais. "O ideal era, além de terem se formalizado, terem registrado aumentos palpáveis de rendimentos", afirma o economista.

Grande parte dessa formalização decorre do fortalecimento da fiscalização, maior transparência das empresas e do próprio avanço do setor exportador, que, de forma geral, é predominantemente formalizado.

O trabalho também mostra que nas regiões metropolitanas as perdas salariais foram bem superiores às registradas no interior.




Fonte: AE

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