Nadador perde 10 kg para cruzar o Amazonas
O nadador esloveno, que pretende percorrer 5.430 km ao longo do rio Amazonas, já perdeu 10 kg por causa do forte calor e está com o corpo esfacelado por picadas de insetos.
Mesmo assim, não arrefeceu o ritmo. Cumpriu, em média, 100 km por período --fica na água por 11 horas ou 12 horas.
A jornada começou no último dia 1º, em Atalaya, no Peru. A idéia de Martin é encerrar seu périplo em 11 de abril, na cidade de Belém, capital do Pará.
O maratonista aquático acreditava que os perigos de sua empreitada viriam da pródiga fauna amazônica. Mas, por enquanto, o principal entrave é a temperatura. Com sol a pino e termômetros marcando pelo menos 30 ºC, ele está com o corpo bastante queimado, de acordo com sua tripulação.
O rosto, as mãos e os pés são as regiões mais críticas --um traje de neoprene é utilizado para cobrir o corpo.
"Me dê alguns dias de chuva e estarei novo", disse o atleta por meio de seus companheiros.
Matthew Mohlke, um dos membros do estafe que acompanha o nadador, informa ainda que o calor incrementou a perda de líquido e fez Strel emagrecer 10 kg até agora.
"Além de suar muito, ele se desgasta à noite, quando mata mosquitos em sua abafada cabine", relatou Mohlke.
Dores são inevitáveis, mas a equipe crê que o maratonista está acostumado a suportar enfados. Apesar de a travessia do Amazonas ser seu mais ambicioso projeto, Strel guarda outras façanhas no currículo.
Em 2000, nadou 3.000 km no rio Danúbio, o segundo maior da Europa. Dois anos depois, cumpriu 3.797 km no Mississipi (EUA). Por fim, em 2004, percorreu 4.000 km no Yangtzé, na China.
Antes de iniciar as braçadas de seu mais recente desafio, Strel passou três meses estudando a região ribeira da Amazônia. Conheceu uma espécie perigosa --e noturna-- de cobra e, por ora, não deixa o grupo sair da embarcação à noite.
"Uma picada da surucucu e você vai estar morto em vinte minutos", avisou Strel sobre o animal. "Se você sair do barco, pode nunca mais voltar."
O período inicial das braçadas, todavia, não reservou apenas intempéries. Boas surpresas apareceram e ajudaram a motivar o maratonista.
Foi o que ocorreu no 11º dia da travessia, quando três botos cor-de-rosa acompanharam Strel por 10 km. Um alívio para quem se preparou para encarar mordidas de peixes e jacarés.
Enquanto percorre sua rotina no Amazonas, o atleta é escoltado por caiaques. A bordo, os tripulantes carregam armas para atirar em animais caso ocorram ataques.
A saúde de Strel, 52, é monitorada via satélite pelo departamento de medicina da Universidade do Arizona (EUA).
Os primeiros exames após a largada ocorreram no dia 11. Segundo o médico Mateja Stanonik, a perda de peso é maior se comparada às provas do passado. Mesmo assim, foi liberado para continuar a nadar.
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